Gamers também podem ser rpgistas

Salve mestres e jogadores! O post de hoje assumirá uma função diferente. Não trago nenhuma estatística, regras caseiras e nem dicas de como levar o jogo, este post em especial servirá mais como um relato. Para quem me segue no twitter pelo @old_paladin já leu sobre os novos rpgistas que fazem parte da minha mesa presencial.
Nesse ano de 2012 resolvi ampliar a mesa e até criar outras. Não que os jogadores antigos não sirvam mais ou que o jogo esteja chato, mas por achar que mais pessoas poderiam participar das nossas sessões de RPG. Já vou para o terceiro ano morando em Tibau do Sul-RN e uma das coisas que fiz primeiro foi montar uma mesa, pois não poderia ficar sem jogar por muito tempo e nem ter que viajar 100 km para poder jogar com os amigos da minha cidade natal, Natal-RN.

O primeiro passo

Depois da primeira mesa formada e já bem introduzida no jogo, manjando de interpretação, por dentro das regras e já investindo na compra de material, decidi então partir para o projeto de novos jogadores, e como fazer isso?

Além do RPG meus jogadores têm outros assuntos incomuns e não pude deixar de notar nas conversas nos intervalos para ir ao banheiro ou para um lanchinho o assunto eram games. Jogos variados, mas a maioria levando sempre para a base do RPG, como WoW, Diablo entre outros. Deixei que a conversa desenvolvesse em algumas sessões menos demoradas e fui aos poucos me inteirando do assunto. Também gosto de games, mas não como eles.

O tema sobre novos jogadores na nossa mesa os animou, eles até tentaram trazer amigos para a mesa, mas não tiveram sucesso. Foi então que a luzinha acendeu e surgiu a ideia: tragam os gamers com quem vocês jogam! A minha ideia não foi muito animadora no começo. “Acho que eles não vêm”, “É, eles só pensam em upar” (acho que escreve assim). Então o próximo passo era que teríamos que encontrar uma forma para chamar atenção desses gamers.

Pondo o plano em prática

A interpretação é o fator fundamental do RPG como o nome já diz e foi isso que usei para atrair a atenção deles para nossa mesa.

Imaginem, vocês serão heróis e um lugar desolado, governado por magos malignos que querem o domínio sobre todas as raças! Vocês vão agir, falar e lutar por eles! Podem ser guerreiros, magos, clérigos, paladinos ou que quiserem ser…

Jamais esquecerei a cena de um deles estar com a boca aberta enquanto eu falava das possiblidades que os games não davam a eles. Na mesa eles seriam quem e como quisessem ser. Após esse primeiro momento já com os gritos de “eu sou o mago!” e o “o líder serei eu!”, atendi aos seus desejos.

Usando o conhecimento que eles traziam do MMOPRG, eu possibilitei que eles comparassem os jogos para que me dissessem com era no PC e como achariam o que era RPG por já terem ouvido falar um pouco sobre o assunto. Então recebi algumas informações de como eles jogavam no PC. Usei as informações para tornar o sistema mais fácil de compreender, como atributos, pontos de vida, uso da magia e assim por diante.

Regras são necessárias, porém a diversão é tudo!

Deixando as regras um pouco de lado, permiti que fizessem seus personagens da forma que queriam e por sorte, ou não, fizeram personagens diferentes, aliás, seus personagens já estavam praticamente prontos, pois já vinham com nomes e características físicas do MMORPG. Nessa etapa algo que chamou bastante atenção deles foi à parte da história de cada um.

Esse horizonte imenso de possibilidades abriu as suas mentes para como os personagens seriam e sem ter que falar muito sobre o assunto eles fizeram questão de cumprir rigorosamente como “manda o figurino”, porém sempre os deixando a vontade.

Com os personagens prontos, partimos para aventura! A primeira sessão foi muita boa e todos se divertiram com suas interpretações. Puxei pelo role play falando da possibilidade de poder falar como quiser, trejeitos e tudo mais que compunha cada personagem. Boas gargalhadas foram dadas em alguns momentos e acho que consegui passar a ideia da aventura e do heroísmo.

Mais um passo à frente

As regras foram sendo introduzidas aos poucos e sempre às deixei em segundo plano, pois além de ser um novo tipo de jogo e por eu ser um estranho, não fui rigoroso com eles. Porém com o passar da sessão eles começaram a avançar com as regras e as duvidas foram surgindo com determinadas manobras, mais especificamente querendo saber o que era ou não possível no jogo. Foi então que passamos para as fichas e como tudo corria na mesa. No principio causou um pouco de confusão e a comparação com os games eram inevitáveis, porem sempre surgia algo que eles já conheciam ou que haviam ouvido falar e assim a medida do tempo ficou mais a compreensão do RPG.

Atualmente todos meus jogadores são gamers e conseguem lidar muito bem essa situação achando hora para tudo, pois se amarram muito no hobby achando pontos claros que ligam um ao outro. Espero que tenha curtido este breve relato e comentem o que acharam sobre tudo.

Bons dados!


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Sobre Antunes Rocha

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