“O pequeno humanoide tem a pele esverdeada e um tanto suja. Suas unhas asquerosas cresceram o suficiente para serem chamadas de garras. O cabeção achatado, as grandes orelhas pontiagudas e cuspidoras de pelos lhes parecem familiares, apesar de nunca tê-las visto. Seus olhos são ameaçadores, mas não tanto quanto a sua bocarra cheia de minúsculos dentes enfileirados…”.
- Descrição do goblin.
Salve mestres! Sim, hoje abordaremos um dos assuntos mais comuns nas nossas mesas. Algo que se torna tão normal para todos que acaba não recebendo a real importância. Em alguns universos mais comuns do que em outros, mas é algo que nenhum jogador deixa de encontrar e nenhum mestre se poupa em utilizar. Estou falando de criaturas fantásticas!
Usando um pouco da “magia”
Não da para sair mesa a fora dizendo que os personagens estão simplesmente vendo um dragão! Onde fica a descrição? Como a dragão reagiria ao avistar tais insolentes dentro do seu covil? E a sua personalidade? Com uma variação imensa de dragões e similares voando por aqui e acolá é importante saber usar isso ao favor da aventura para aclimatar ainda mais a sua mesa. O mestre não pode perder essa poderosa ferramenta que é a emoção e nada melhor do que essas fabulosas criaturas!
O cavaleiro montado no seu grifo sobrevoando os céus da agitada cidade pode ser algo belo de ser visto e que enriquecerá uma simples cena de andar pela rua. Ou faça-os imaginar uma espalhafatosa carruagem do regente local sendo puxada por lagartos gigantes com escamas reluzentes fazendo com que todos lhe deem passagem. A fantasia que essas criaturas imagináveis carregam é incentivo suficiente para que os jogadores fiquem admirados e empolgados para continuar.
As criaturas também podem adquirir hábitos conforme o passar do tempo, assim como NPCs, ou sendo NPCs, eles podem fazer algo incomum para sua espécie cativando ainda mais a atenção dos jogadores. O ogre solitário que vive em um desfiladeiro, mas que quer apenas viver o resto dos seus dias sem fazer mal a ninguém. Explore os milhões de possibilidades que podem anteceder a um encontro, usando cada detalhe da maravilhosa ou grotesca criatura para dar vida ao seu jogo. Os jogadores entrarão ainda mais no clima e julgarão a melhor maneira de transpor aquele desafio. É sempre importante bonificar aqueles que entram nesse clima com XP, curas, pontos de ação ou o que estiver em jogo.
Descrevendo
Algo que acho que às vezes exagero é nas descrições dos monstros. Levo mais a sério do que a descrição de uma área ou uma bela paisagem, não pelo fato de ser menos importante para mim ou qualquer outra coisa, mas algo que realmente gosto de fazer é ver a expectativa nos olhos dos jogadores aguardando aquele misterioso vulto se revelar dentro da caverna escura. Os monstros não aparecem do nada! Tudo irá depender do que a criatura está percebendo naquele momento. Ela está descontraída vivendo sua vida? Ela está sempre atenta devido aos seus inimigos naturais ou casuais? Ou está à espera para dar o bote do seu grupo? E após resolver a situação em que a criatura se encontra, o próximo passo é a sua tática para o combate, fuga ou reação aos personagens.
A descrição das ações no combate é o básico na mesa de jogo, mas enfatiza-las não! Conforme os resultados forem aparecendo nos dados, as diferentes reações podem ser expostas. A fúria do gigantesco elemental de gelo enquanto ele tenta esmagar os personagens inutilmente após seguidos erros ou mostrando a satisfação e o movimento macabro dos olhos externos do beholder enquanto desintegra um a um, são exemplos.
As criaturas em outras ocasiões, ao invés de entrarem em combate, podem usar suas habilidades naturais para despistar ou afugentar os personagens. Uma boa e detalhada descrição de um gás esverdeado que é rapidamente ligado – na mente de seus jogadores – ao veneno pode tirar o ímpeto dos corajosos aventureiros. A simples respiração de um grande urso hibernando pode fazer o grupo partir em busca de outra caverna quentinha para passar a noite chuvosa. Ou até mesmo o rotineiro uivo de um lobo pode fazer com que tomem uma direção diferente daquela colina.
Então é isso nobres mestres, nesse jogo chamado RPG o que vale é a criatividade e a reação que você pode causar nos seus jogadores. Essa “perca de tempo” é capaz de enfeitiçar novos jogadores ou reacender a chama nos corações dos mais antigos.
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