O primeiro game foi inovador, ousado e super revolucionário. Lembro-me como se fosse hoje quando ganhei o psOne e o jogo que veio com ele, algo que já havia assistido num antigo programa “Stargame” que eu chamava de “jogo da mulher que corre na neve” – péra lá, eu tinha apenas 10 anos! – E foi aí que começou o meu grande fascínio (e de muita gente, acredito eu), por Tomb Raider e Lara Croft.
O jogo tinha um roteiro elaborado. Lara era uma arqueóloga britânica que se aventurava pelos confins do planeta em busca de relíquias perdidas. E não era apenas isso, ela ainda relatava seus feitos e publicava em alguns livros. Numa dessas ela chamou a atenção de Jaqueline Natla, uma das antagonistas mais famosas da série, apenas superada por Von Croy, seu rival e tutor; mas falaremos de Croy mais a frente.
Lara tinha grande liberdade de movimentos: corria, saltava, nadava, escalava, atirava, dava cambalhotas. Além de enfrentar diversos inimigos, como: lobos, leões, dinossauros e seres superiores, que a princípio entendem-se por extra-terrestre, mas que com uma compreensão maior, sabe-se que são atlantes. Mesmo com gráficos (que hoje chamamos de quadrados e pontudos) fora uma revolução em sua época.
Tomb Raider (1996) foi um marco na história do videogame e seria o pontapé inicial para diversas aventuras. Lara saqueou tumbas no Novo México, arriscou-se em ruínas na Grécia e espremeu-se por pirâmides egípcias. Ao fim combatendo e apenas derrotando, mas não destruindo, sua grande inimiga – Natla, uma antiga rainha atlante.
Tomb Raider 2 (1997) foi um sucesso ainda maior. Embora eu não seja o meu favorito é para muitos. Com gráficos melhorados, inclusive Lara passou a ter uma trança a serpentear por suas costas (onde até então ela só aparecia em cutscenes e fotos). O jogo inovou em veículos. Lara podia guiar um barco e um snowbobile (espécie de jetski do gelo). Desta vez a aventura a levou para a China, em busca da Adaga de Xian que, de acordo com a lenda, transformava pessoas em dragão. Lara aventurou-se pela China, Tibet e algum lugar do oceano. Chegando a ter a sua mansão invadida! (inspiração para o filme? Quase nada…) Este game ganhou o prêmio Origins Awards (melhor jogo de ação do ano).
Tomb Raider 3 The Adventures of Lara Croft (1998) trouxe mais inovações gráficas e mobilidades. Lara agora agachava-se e rastejava por espaços menores. Buscando artefatos vindos do espaço, Lara invade a Área 51, tumbas indianas, vilarejo no pacífico sul, combate nas alturas de arranha-céus em Londres e termina a aventura combatendo um ser mutante-aracnídeo junto ao meteorito que caíra na Antártida.
Neste meio tempo tivemos os Tomb Raider Gold, que foram expansões dos já lançados anteriormente mas com aventuras extras e complemento de história. Uma pena terem saído apenas para Pc.
Tomb Raider 4 The Last Revelation (1999) se passou inteiramente no Egito e contamos com uma jovem e inexperiente Lara. Conhecemos como ela tornou-se a aventureira de então. E eis que surge o seu tutor, amigo, vilão e rival: Werner Von Croy. O jogo é imenso, o maior de todos até então. Lara desperta acidentalmente o deus Seth e tenta desesperadamente aprisioná-lo novamente, e acaba soterrada ao fim do game junto a ele. Este seria o desfecho do game. Muitos fãs (eu me incluo) ficaram desesperados e cobrando um próximo jogo. (para que fizemos isto?)
Tomb Raider Chronicles (2000) foi um jogo medíocre, que velhos amigos de Lara se reúnem para saudar as antigas aventuras de Lady Croft. Mas algo tinha que valer a pena no jogo: a cena final, mostra Von Croy num sítio arqueológico onde encontra a velha companheira de aventuras de Lara: sua mochila (infinity plus!!!).
Em Tomb Raider The Angel of Darkness (2003), após tanto tempo, o último jogo produzido pela Core Design, sofrera algumas alterações drásticas no estilo do jogo. Lara estava mais dura e com movimentos lentos. Ela precisava realizar feitos para “feel strong now” o que deixou MUITOS jogadores irritados.
A Core sai do jogo e entra a Crystal Dynamics, oferecendo nova engine, novo enredo, nova biografia, novo tudo! Para muitos foi a grande revolução. Para mim, nem tanto. Modificaram demais a protagonista. A começar pelo visual, alteraram o traje original; retiraram a trança que ela sempre utilizara; os comandos básicos se perderam; Lara agora usava granadas e destruía antigas relíquias arqueológicas para obter itens!
Tomb Raider Legend (2006) teve boa aceitação, principalmente dos novos jogadores. Afinal era um jogo linear e sem muitas dificuldades. Acabaram-se os puzzles que marcavam a série. Nunca mais o jogador perder-se-ia pela fase e xingaria os programadores do game. Esta aventura reconta a origem de Lara e apresenta a história de sua mãe. Lara junta pedaços de artefatos que tornam-se na mítica Excallibur. Que ela descobre ser uma chave. Tentaram criar uma antagonista digna de Natla, mas pouco foi feito. Ainda tentaram retomá-la em Underworld, mas aos meus olhos foi um grande fracasso. Ainda assim este jogo levou o prêmio de Melhor Jogo do Ano.
Tomb Raider Anniversary (2007) edição comemorativa de 10 anos de Tomb Raider fez o remake do primeiro jogo. Mas com os gráficos (e simplicidade) do Legend, infelizmente. Ele perdeu muito do jogo original. Diferente de outros remakes, como posso citar o Resident Evil (para Gamecube que é, senão O, um dos melhores da série). O game pecou em muitos aspectos. O que antes representavam desafios, atualmente o jogador tornou-se mero expectador. Ok, se quero assistir Lara Croft se movimentando sozinha, prefiro fazê-lo com Angelina Jolie no papel (Lara Croft: Tomb Raider – 2001, Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida – 2003).
Tomb Raider Underworld (2008) prometeu muito com seus trailers e levantar a série. Mas prometeu mais do que cumpriu. No jogo, que une o Legend com o Anniversary, Lara busca o Martelo Mjolnir, sim o do Deus do Trovão Thor, para matar um deus, no caso: uma deusa, Natla. Belos gráficos, boa movimentação… mas ainda assim muito restrito à nova geração de gamers. Não há como negar a qualidade gráfica do jogo. A reação à água, lama e luminosidade ficou impressionante.
Chegando ao fim, mas não ainda… ou seria o recomeço? Em Tomb Raider (a ser lançado ainda em 2012), decidiram jogar tudo para o alto, esqueçam tudo que já existiu. Lara agora é uma jovem que ouve Ipod e viaja sozinha nos mares do Japão junto a uma equipe de navegadores. Seu navio naufraga e ela se encontra numa ilha isolada, amarrada, ferida. Onde irá sofrer os piores pesadelos. Tirando os elementos de Lost e Silent Hill… a série promete dar um reboot na saga. Trazer uma Lara mais humana. Embora games da mesma época consigam causar isto sem precisar reestruturar toda a série. Oremos.
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