Dentro da Dungeon #9 – Distribuindo XP

“Salve mestres! #DentroDaDungeon com todo gás essa semana e como sempre trazendo dicas e abrindo discussões sobre o modo de como cada um de nós leva as ações na nossa querida mesa de jogo. E temos mais um assunto corriqueiro e chamarei também de chato! Hoje vamos distribuir XP!

Desde que os mestres criadores desse fantástico jogo desenvolveram a forma de evolução dos personagens, nós, mestres velhos e novos temos que lidar com esse assunto delicado. Como distribuir XP? Quem merece? Um merece mais do que o outro? Como definir?

Pois é companheiros, e o assunto fica mais delicado quando ainda estamos na essência do jogo, a interpretação.

XP por interpretação

A base do RPG, como o nome já diz, é a interpretação de personagens ou interpretar um papel como é feito nas peças teatrais desde a antiguidade. Seguindo as indicações do livro de regras e com o auxílio do mestre, cada jogador cria seu personagem para embarcar no maravilhoso mundo de aventuras. Feições, trejeitos e qualquer particularidade que o jogador inseriu no seu personagem devem ser levados em conta, desde a raça a que ele pertence, passando pela profissão/ classe escolhidas e levando até os objetivos traçados para ele e que nem sempre podem ser alcançados.

Apenas esse quesito já seria o suficiente para a definição da forma de como evoluir o personagem, porém nos mundos fantásticos onde a magia e os sopros dos dragões são soberanos, em cenários mais contemporâneos também, o personagem deve encarar desafios e superar suas capacidades. Em alguns cenários manter-se vivo da muito trabalho.

O simples fato de um jogador interpretando um rude homem da montanha limpar a boca com a ponta da barba após um gole de cerveja dá vida ao personagem. Não é necessário querer ganhar o óscar, porém uma voz condizente com aquilo que ele mesmo criou é o básico e já motiva a bonificação com pontos de experiência.

Entrando na dungeon

Outra maneira de conseguir progredir com seu personagem são os combates, pois sim, o que acha que o seu musculoso bárbaro iria fazer da vida sem aventuras? O embate contra criaturas malignas é uma das bases do conceito para ganhar pontos de experiência e nada melhor do que derrotar uma mantícora e ser bonificado por isso. Porém pontos de experiência não são a única forma de presentear após uma boa luta, apesar de ser a melhor, mas itens mágicos e um punhado de ouro também é bem vindo.

Agir e argumentar perante um regente rabugento fazendo-o mudar de ideia contra as pretensões de seus conselheiros não é a única forma de interagir na mesa. Suas ações em combate são tão importantes quanto. O zunido de uma flecha disparada e o tilintar das aguçadas lâminas se encontrando no ar são formas de interpretação que você deve estar atento para poder presentear seus jogadores com pontos de experiência.

Barreiras, obstáculos e outros perigos

Nem só de enfrentar monstros vive uma boa dungeon. Aquele que a construiu para fins particulares que antecedem as velhas pirâmides não gostaria que elas fossem invadidas para saciar a ganancia dos aventureiros. É normal e essencial que outros perigos tirem o sono dos corajosos jogadores e um dos meus preferidos depois das armadilhas são os enigmas. Um bom mistério vem sempre a calhar e a ansiedade para o resultado é gratificante. Mistérios resolvidos com apenas o roleplay ou com as boas e velhas perícias podem dar oportunidade para todos se saírem bem dentro da dungeon não deixando tudo para as costas do ladino quando precisarem desarmar armadilhas ou do clérigo em relação as curas, equilibrando assim os pontos de experiência.

Quem merece mais?

E após embates negociatas e tantos desafios propostos e superados, finalmente podemos descansar com o final da aventura. Errado! E aí que você terá de se superar. Um grupo consciente das qualidades uns dos outros é extremamente raro, a não ser que seu personagem tenha passado a maior parte da aventura sendo carregado ou pregado nas roupas do clérigo para que ele usasse as habilidades de cura concedidas pela sua divindade. Todos querem mais pontos de experiência! E eles têm uma memória infalível, inclusive sobre as ações que eles fizeram irrelevantes para o prosseguimento da aventura. O que fazer? O mais fácil sempre foi bonificar de forma igual a todos, mas quando o pequenino halfling foi imprescindível para o bom andamento da aventura pegando seus inimigos fatalmente de surpresa, o que fazer? Pouco importa o que todos irão achar o que não deve acontecer são as proezas serem deixadas de lado. O ápice da aventura e das ações deve ser recompensado. Algo que uso nas minhas mesas é reconhecer a façanha automaticamente, “conseguiu? XP nele!” A memória curta dos jogadores para as ações alheias é impressionante, então não deixe para depois o que você deve fazer agora.

Bons dados!


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Sobre Antunes Rocha

Pai, administrador, abcdista, rpgista e tentando ser escritor. Gostou? Siga @old_paladin