Dentro da Dungeon #10 – O Super Jogador

“Salve mestres! Nesta semana falaremos de jogadores. Vocês conhecem aquele jogador que não perde uma sessão, vira uma espécie de Secretário do Mestre, organiza a mesa e liga para a rapaziada? Pronto, falaremos um pouco sobre ele…”

Jogador: Então, já que a maioria da galera não virá hoje, que tal fazermos uma coisa diferente?
Mestre: No que está pensando?
Jogador: Sei lá, estive pensando em umas coisas para o meu personagem e acho que você vai gostar…
Mestre: Fala aí.
Jogador: Acho que esse meu druida tá muito bom e também acho que posso encarar a aventura sozinho e além do mais pensei umas coisas já deveriam ter acontecido em relação ao meu background… (dez minutos falando sem parar)
Mestre: Relaxa, melhor deixarmos para outro dia.

Após muito tempo criando um personagem elaboradíssimo, rico em muitos aspectos, é normal que o jogador se apegue e queira explorar ao máximo suas possibilidades. O que não é normal é que ele queira sobrepor sua vontade ao restante da mesa, impondo a sua história e relembrando ao mestre “que ele está ali e não está acontecendo nada como ele gostaria que ocorresse…”

“Liderando” o grupo

Um dos principais sintomas ou características para identificar esse jogador é a liderança excessiva. Ele age de forma como se houvesse sido escolhido líder por unanimidade, sempre negociando as missões e o rumo que todos devem tomar. A primeira ação sempre é sua, por mais que ele não esteja presente na cena. “Indica” o que os outros devem fazer para que seu plano corra bem, inclusive quando estão combinando algo em off. O que fazer?

Você pode simplesmente ignorar esse jogador e dar a ação aos outros personagens, porém o confronto é eminente. Ele não irá se calar até ser ouvido e você pode perder o amigo e jogador. Outra saída é fazê-lo entender a importância de todos no grupo, ele deve compreender que todos precisam aparecer e não é porque ele é guardião da Floresta Escura que está sendo invadida por forças malignas que todos devem deixar de salvar o mundo e correr junto com ele em auxílio à floresta. Você deve fazer com que ele solte o dado para que os outros possam procurar e sentir o perigo que os ronda, já que existem outros personagens que fazem isso tão bem quanto ele, evitando a ruína do grupo. Explicar educadamente que todos tem vez, também é uma saída.

- Mas meu background é fantástico…

Mestre: Ok, vocês entram na floresta…
Jogador: Essa floresta pode ser a que sou guardião? Posso facilmente levar todos em segurança para onde estamos indo, pode ser?

Não importa o cenário que joguem, por mais que você indique o que não pode ser lido, ele com certeza vai ler. Rapidamente se tornará expert no cenário e fará com que os outros criem seus personagens em volta do seu. Caso não limite as raças e classes ele partirá para algo que dificulte o jogo e que leve todos para a parte do cenário que ele achou mais interessante. A sua história é o tema principal do jogo e deve ser sempre explorada antes que comece a discussão e se você adaptar algo então, aí é que o “bicho pega!” A origem da sua roupa tem história, assim como tudo que ele usa! Se ele tiver oportunidade lhe dará milhares de ideias de como explorar seu personagem, falará da sua família e dos elementos que o cercam. Não se admire se ele criar ou adaptar regras para seu benefício; é normal!

O Prejuízo

Agir rapidamente você deve. Ele pode por em risco toda a aventura e até mesmo a campanha, você deve tomar as devidas providências para salvar sua mesa. Os outros jogadores serão os maiores prejudicados, pois também querem viver seus personagens e darem boas machadadas. Toda preparação para a aventura também corre risco, ela pode tomar um rumo diferente, e não que isso seja ruim, mas além do rumo diferente ela ficará chata voltada apenas para um dos personagens.

Mas para quê tanta preocupação com apenas um jogador se você pode simplesmente tirá-lo da sua mesa? Não é assim tão fácil companheiros, além da escassez de jogadores devido a outros compromissos e a falta de tempo, esse jogador pode ser um grande amigo e não vale a pena perdê-lo assim. Uma boa conversa sempre vale a pena e talvez ele compreenda. Insista com ele e talvez você possa preparar algo especial para saciar seu desejo. Uma aventura envolvendo sua história ou a aparição das pessoas que ele cita pode lhe dar uma folga. Sempre tenha uma saída em mente e adaptar as informações que ele está ciente pode ser outra a saída.

Então é isso companheiros, enquanto você apresenta os desafios para um grupo de aventureiros, o seu desafio é fazer com que todos se divirtam.

Bons dados!


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Sobre Antunes Rocha

Pai, administrador, abcdista, rpgista e tentando ser escritor. Gostou? Siga @old_paladin