Crítica – Resident Evil: Retribuição

“My name is Alice and…. o meu marido adora colocar esta frase na abertura do filme”. Quando soube das filmagens de mais um Resident Evil respirei fundo e pensei: mais...

“My name is Alice and…. o meu marido adora colocar esta frase na abertura do filme”. Quando soube das filmagens de mais um Resident Evil respirei fundo e pensei: mais um? Já não basta a cagada que foi feita nos demais filmes?
Bom, vamos lá: Paul W. S. Anderson (ou o marido da Milla Jovovich) é fã da série, Ok muita gente já sabe disso. O problema é ele querer pegar seu conhecimento pessoal dos games, suas ideias mirabolantes, afinal a Capcom liberou os direitos (ele coloca no filme o que quiser) e os efeitos visuais cada vez mais abusivos no cinema; o resultado disso – tiro, porrada e bomba!

Com um roteiro digno de Mercenários, a “trama” se inicia logo quando termina a anterior. E rapidamente explicando a densa história desde o primeiro até o longa atual. Algo bem cru e que não elucida nada, já que são muitos personagens colocados e retirados dos filmes e quem não acompanha os nomes ouvir o nome e até sobrenome dos personagens permanece sempre um vazio. Alguns sumiram ao término de um filme e reapareceu dois ou três episódios depois…

Logo de início temos uma Alice (olha a novidade!) aprisionada pela Umbrella, e quando ela escapa (sim prisão + fuga é a chave dos enredos do diretor) segue uma cena completamente descartável: Onde são mostradas as incríveis habilidades sobre-humanas da protagonista. Pera, pera, pera… Em Resident Evil: Recomeço Wesker não havia retirado suas capacidades “mutantes?” Ok ela é uma agente treinada da Umbrella, chefe da segurança e coisa e tal… A gente engole.

Mas então o roteiro sofre sua primeira reviravolta. Woooow…. Ada Wong aparece tal como no game: um longo vermelho lascado até a coxa (afinal tiro, porrada e bomba não irão acertá-la, isso é para os fracos. “Ela sempre tem um plano”). E para delírio dos fãs Anderson continua “plagiando”… inserindo cenas idênticas às que aconteceram no game. Com falas repletas clichês pseudo-cômicos e uma montagem videogamística. Com direito a mapa da fase e mudança de estágios, ambiente e armamento à escolha do “jogador”! Eu estava ansioso esperando o momento da sala do save com direito a máquina de escrever e musiquinha de alívio. Talvez até haja um grande baú em algum canto do cenário…

Michelle Rodriguez está ótima em sua personagem nova, surpreendeu. Mostrou que tem talento para fazer algo além da “mulher machona” de 99,9% do que é chamada para atuar. Outra surpresa, ao menos minha, pois não sabia que este personagem estaria lá, mas me peguei pronunciando seu nome antes que alguém o falasse na projeção: o aparecimento de um homem forte, barbado e com colete vermelho e quando se preparou para sacar uma arma já nos momentos finais do longa, eu novamente adivinhei qual seria a danada!

Além de Ada Wong, não é novidade para ninguém a presença de Leon S. Kennedy (no filme apenas Leon); E bom, a ausência dos irmãos Claire e Chris; E o surgimento de antigos personagens, vilões e aliados, que fazem pontas ou participações um tanto quanto bestas.

As sequências de ação e o visual 3D estão muito bem produzidas (ao menos alguma coisa tem que salvar). E existem até momentos de sustos, vi muita gente pulando nas cadeiras do cinema. Os efeitos especiais estão excelentes, criaturas, explosões e lutas muito bem organizadas. Nada de cortes super-velozes aonde o expectador mal consegue entender o que está acontecendo. Ossos se quebrando e os estalos indicando isso e até uma imagem em raio-x para demonstrar a gravidade da pancada.

Uma pena um investimento desses para o resultado final não ser tão bom assim. E uma pena maior ainda a Capcom ter liberado os direitos de tal forma. Cadê uma equipe responsável para limitar a serem feitas coisas similares ao Resident Evil: Degeneration e o (ainda inédito) Resident Evil: Damnation? Por essas e MUITAS OUTRAS atribuo uma nota 4,5. Ainda precisa melhorar, bom precisa recomeçar; esquecer Alice, esquecer a bobagem toda que foi feita e… talvez tal como o game original de Resident Evil fez lá em 1996, firmar-se como referência no gênero survival horror.


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