“Saudações”, piou o Canário.
Os objetos usados pelos personagens, seus itens, têm muitas vezes um valor, senão maior que, tão grande quanto o dos lugares, das raças e das habilidades. O Um Anel e a espada Excalibur são exemplos disso. Muitas vezes, o próprio objetivo é a conquista desses objetos maravilhosos; em outras situações, eles criam características próprias e são outra ferramenta para engrandecer histórias e RPGs.
Os itens, especialmente os raros, têm uma influência tremenda na personalidade dos personagens que os possuem, distinguindo estes últimos. Para Mestres que pretendem fazer uso deles, é uma boa ideia encaixá-los na aventura, em vez de simplesmente permitir que os personagens os comprem ou fazê-los cair do céu. Um item poderoso deve, com raras exceções, exigir que aquele que o busca tenha um esforço grande para consegui-lo. A dificuldade de conseguir um objeto em uma aventura diz muito de sua importância.
Outra questão que vale a pena ser discutida é qual dos personagens do grupo terá a posse da espada forjada nas chamas do Caos, o cajado do último ente do mundo ou a maravilhosa caixa de música que faz os inimigos dormirem. Isso dependerá bastante da aventura: pelo esforço do aventureiro em uma quest, por suas origens, pelos objetivos próprios ou por sorte. Não é raro acontecer de os jogadores se sentirem mais fracos ou menos importantes quando apenas um membro do grupo possui um item excepcional, o que pode gerar conflitos em on e off. Se for realmente necessário evitar isso, deve-se decidir entre dar um item maravilhoso para todos, sob o preço de perder um pouco da importância de cada um, ou não dar nenhum.
Por último, nem sempre um item maravilhoso é poderoso a ponto de atrapalhar a campanha, assim como nem sempre os itens muito poderosos são colocados como únicos no RPG, o que é um grande desperdício. O Mestre deve estar sempre atento a qualquer oportunidade de tornar mais profundo todo o universo que ele criou. Objetos simples ou não, propriedades incomuns, aparência marcante, interessantes e úteis, mas que não resolverão todos os problemas dos jogadores: essa é uma boa fórmula para se começar a imaginar o bendito item.