Sobre o consumo de RPG

Salve os que nos consagram!

IMG_2967No último dia 30, um artigo da Fantasy Flight Games, chamado A Word From the Developer, chamou minha atenção. O artigo fala de expansão de regras, conceitos para personagens, dicas para narrativas, aprimoramentos e outros caminhos. O que me levou a escrever este texto não foi o assunto do artigo, mas o artigo “abriu mais uma janela” para algo que tenho tentado acompanhar há algum tempo, mas nunca havia falado abertamente sobre o assunto, até hoje. Logo após lançar o playtest, a caixa introdutória, o core rulebook, a editora já lançou e lançará – como vem anunciando – muitos suplementos para Star Wars: Edge of the Empire.

Desde que entrei para o blog sonaopodetirarum.com.br, este para que vos escrevo, tenho vivido a minha era de ouro do RPG. Venho adquirindo materiais – muito bem escritos por sinal – e jogado grandes aventuras, algumas até compartilho via blog.

Jamais direi que as editoras estejam produzindo demais ou de menos, e nem chamarei de caça-níquel. Mas o que chama atenção é o vasto público que absorve todo esse material, tenho livros de RPG na estante que tenho a certeza de que nunca jogarei, e mesmo assim continuo comprando o que acho interessante. A pergunta é “para quê adquirir tanto material se não será usado?”

Fico feliz com o aquecimento do mercado e estou aqui para ajudar no que for preciso, inclusive na compra e divulgação de material. Sou um leitor compulsivo – se é que serve para responder a pergunta –, mas e aqueles que não usam essa mesma desculpa? O público absorve todo material produzido pela Paizo, por exemplo, que chega a lançar quatro suplementos por mês?

Outras perguntas podem ser feitas e também podemos usar o nosso Tormenta RPG como exemplo para não ficarmos apenas “na gringa”. Manual do Arcano, TRPG Edição Revisada e Manual do Combate estão entre os últimos lançamentos, para não se estender muito. Os mais fanáticos adquirem todo material produzido pela Jambô Editora? E a pré-venda, ela funciona? Sim, pois as editoras descobriram que a pré-venda é o grande termômetro do sucesso do produto e aproveitam para premiar aqueles que acreditam no projeto. Ou esse termômetro seria o financiamento coletivo?

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Pelo que sei, a maior crítica a editora Devir – tida como a maior do Brasil se tratando de RPG – é o abandono as suas publicações. Resumindo: baixa produção de suplementos para os seus jogos. Se esses materiais tivessem uma produção contínua de livros e acessórios, eles seriam consumidos?

Partindo para qualidade, recentemente a editora Redbox lançou o Bestiário Old Dragon. Concordo quando dizem que “esse é o livro de RPG mais bonito já produzido no Brasil”. Concordo também quando a companheira Luiza Melki fala que “a Paizo e a Fantasy Flight Games tratam seus jogos como itens de colecionador”. Toda essa qualidade (um bom papel, páginas coloridas, belas ilustrações e etc) é somada a sua vontade na hora de comprar o RPG? Pagaria um pouco mais para ter um livro de excelente qualidade?

Então é isso, pessoal. Deixo aqui essas perguntas para que sejam avaliadas e respondidas (nos comentários). Este não um artigo gerador de polêmica com o objetivo de ter muitos cliques, quero apenas estabelecer uma discussão e tirar algumas dúvidas que pairam a cabeça deste paladino.

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Author:Antunes Rocha

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  • Sir Fernando Fenrir

    Bom artigo. Eu as vezes me pergunto a mesma coisa: “por que eu estou comprando RPG X ou Y se eu nem sei se irei jogar?” Temos a necessidade constante do consumo por livros de RPG não só pelo fator compra, mas pelo fator ego, onde a quantidade se equivale a qualidade. Todos os livros de RPG não só são um emaranhado de regras, mas são pensamentos dos seus autores, e o uso de cada pedacinho de citação em outros jogos é bastante eficaz. E um currículo de Mestre bom tem que constar com uma gama grande de livros – não usados – na prateleira, não?

    PS: desisti dos livros físicos. Só pdfs agora na minha prateleira virtual. Mais baratos, e visualmente similar aos seus similares físicos.

    • Antunes Rocha

      Obrigado pelo comentário, mestre Fenrir. O uso dessas citações são válidas e também as uso quando estão dentro do mesmo gênero. Aos poucos estou evitando os impressos, ficando apenas com os digitais. Compro apenas os lindões, como aquele seu Shadowrun.

      • Sir Fernando Fenrir

        uahuahuahuah Realmente. Se for caro, tem que ser pelo menos lindo!

    • luiza

      Eu não sei se é exatamente ego, acho que chega a ser mais consumismo mesmo XD Você começa a ver um livro bonito e de qualidade mais como item de colecionador (mesmo que você não vá jogar) do que como um simples produto. De resto, eu prefiro comprar digital que ter um livro de baixa qualidade que vai logo estragar ou me dar dor de cabeça com frete.

  • Reginaldo Dias dos Santos

    Eu gosto dos impressos e dos digitais, prefiro compras os dois quando posso!!! Estou muito mais colecionando do que mestrando ou jogando!!!

    • Antunes Rocha

      Nem entrei no mérito de impresso ou digital, Reginaldo, mas pretendo falar sobre o assunto futuramente. Atualmente tenho várias assinaturas da Paizo que dão desconto nos livros e liberam o pdf “de graça”. Vale muito a pena para quem joga, também vale para os colecionadores, já que os livros da Paizo são muito bem tratados. Obrigado pelo comentário, companheiro.