Filosofias e opiniões Arquivo

5

Os Criadores de Sonhos

Como Designer e apreciador dos mistérios da comunicação e expressão humana, sempre fui um apaixonado por Ilustração.

sou constantemente arrebatado por uma boa arte que consegue extrair das palavras mundos inteiros de detalhes que eficientemente transmitem a ideia do autor.

Seja na fase de projeto (mais conhecida como Concept Art) ou nas ilustrações finais, além do Projeto Gráfico de livros e suplementos, estes grandes Artistas e Designers nos levam além dentro do campo da imaginação.

O post de hoje é sobre isso: Conhecer alguns daqueles que fizeram e fazem parte de nossas vidas RPGísticas, seja na identidade visual de um “Livro do Jogador” ou numa ilustração de “Carta de Magic

Obviamente eu não conseguiria reunir todos desta enorme indústria, muito menos teria autoridade para selecionar os melhores. Apenas irei demonstrar alguns que se destacaram e se destacam e/ou outros tiveram ou têm grande importância no mercado, e têm seus lugares cativos nas mentes dos jogadores em mesas de jogo pelo mundo afora:

 

Angus McBride

Um famoso ilustrador com obras em inúmeros livros e jogos de RPG. É bem conhecido como ilustrador de Middle-earth Role PlayingRolemaster Role Playing.
 respeitado ilustrador de publicações históricas e militares da Grã-Bretanha, tendo seus trabalhos feito parte de mais de 150 livros, cujos temas eram tão diversos como legionários romanos, guerreiros zulus, samurais japoneses e o papel militar e civil das mulheres na 2ª Guerra Mundial.

Gostava de realizar inúmeros esboços de suas ilustrações antes de começar a pintar.

Angus deixou uma enorme quantidade de admiradores, falecendo em 2007.

 

Tony DiTerlizzi

Além de ilustrador, o americano é um dos autores de “As Crônicas de Spiderwick“, Tony é um já famoso ilustrador de fantasia.
Seu amor por este tipo de ilustração fantástica, segundo conta, se desenvolveu depois de em 1981, então com 12 anos, ver um filme do tema, e começar a jogar o RPG Dungeons and Dragons. Se trancou todo o verão ilustrando e escrevendo um “guia de campo” para criaturas fantásticas e desde então nunca parou.

É conhecido no meio RPGístico por seus trabalhos em D&D e “Magic: The Gathering“.

 

Wayne Reynolds

Ilustrador Britânico conhecido por inúmeros trabalhos em “Magic: The Gathering“, para o sistema D&D, seja no cenário de campanha “Eberron” ou na revista “Dragon Magazine”, além de ter produzido para “Pendragon” e “Rolemaster“. Deixou sua marca também em “Pathfinder”, criando os 12 personagens icônicos do cenário, além de algumas capas de livros básicos do sistema.

 

Leif Jones

Com um estilo que mistura arte realista e algo mais estilizado, o californiano é Concept Artist, Designer e ainda produz quadrinhos desde sua juventude.
Muito conhecido por seus trabalhos para White Wolf, seu estilo marcou gerações com o apurado e opressivo design necessário para a linha Storyteller. Não é necessário dizer que caiu como uma luva…

 

 

No futuro possivelmente irei realizar outras versões deste post, com outros artistas e designers, tentando fazer justiça a outros tantos nomes importantes para nosso hobby, mas caso você queira uma fonte de pesquisa com alguns dos nomes mais importantes da indústria (e não se incomode em perder algum dinheirinho extra), existe uma publicação à venda na Amazon que talvez lhe interesse, o dicionário biográfico de artistas de Card Games e RPG:

http://www.amazon.com/Role-Playing-Game-Collectible-Card-Artists/dp/0786446102

E então? Vocês também tem seus ilustradores favoritos? Comentem indicando-os e talvez eles apareçam aqui futuramente!


Fique ligado na nossa Fanpage, adicione nosso Feed e siga nosso Twitter @sonaopodeitirar1 que você terá todas as atualizações do Só não pode tirar um!.


5

Seu Turno! No SNPT1!: Tolkien – O Primeiro Troll

 

Aqui esta o post que fecha a semana Tolkien, este post foi feito por VGSouza, um amigo meu que curte muito o  SNPT1 e de quebra é fã de Senhor do Anéis, ele nasceu de uma grande pergunta: Seria Tolkien o primeiro Troll ? E tudo por causa de Tom Bombadil.

Quem conhece Senhor dos Anéis apenas pelo filme do Peter Jackson provavelmente sequer ouviu falar dele, e muitos que leram os livros preferiam não ter ouvido: Tom Bombadil. Poucos personagens da literatura consegue ser tão amado quanto odiado, tão desconhecido quanto comentado, tão importante quanto totalmente “limável” dentro de uma história como a curiosa personagem criada por J.R.R. Tolkien. Boa parte da culpa foi do seu criador, que contrariando seu estilo de contar detalhadamente as origens de suas criações, preferiu deixar os fatos sobre Bombardil nas sombras, criando assim um debate entre os fãs para determinar qual espécie ele pertence.

 

Na história fica claro que ele não é um Hobbit, nem tão pouco um humano, e sua descrição se assemelha aos anões, porém com comportamento muito diferente dos arredios ferreiros e mineradores. Bombadil também é imune ao Um Anel, tanto pela tentação de possuí-lo quanto ao poder de invisibilidade (ele consegue ver o Frodo quando este o estava usando). Portanto fica a pergunta: o que é Tom Bombadil

Antes de discutir a natureza da misteriosa personagem é necessário conhecer um pouco o universo e seres criados por Tolkien, pois assim fica mais fácil chegar a alguma conclusão… nem que seja concluir que ficou mais confuso.

A criação de Eä – O Universo segundo Tolkien

 

J.R.R. Tolkien era católico fervoroso, portanto ao criar seu mundo procurou manter uma estrutura muito parecida com a sua crença. Eru Ilúvatar é o criador do universo tolkieniano, chamado de Eä, sendo assim o equivalente a Deus. Ele também criou os Ainur, similares aos arcanjos, que o auxiliaram a finalizar sua obra. O poder de Ilúvatar e dos Ainur era exercido através de uma canção, que à medida que era conduzida dava vida a todas as coisas existentes. Melkor faz o papel do “Anjo Caído”, pois ele é o Ainu mais poderoso e tenta quebrar a melodia, criando assim as criaturas do mal.

No fim da canção o universo e a terra – chamada de Arda – estavam formados. Os Ainur que saíram dos domínios de Ilúvatar e entraram em Arda, se dividiam em dois tipos: os Valar, que eram os mais poderosos, e os Maiar. Destes últimos, os mais conhecidos são Gandalf, Saruman e Sauron, o inimigo maior de Senhor dos Anéis.

Além deles, em Arda foram criados aqueles que foram chamados “Filhos de Ilúvatar”: os Elfos e os Homens. Os Hobbits são uma derivação dos homens e outras espécies apresentadas na mitologia, como as Águias e os Ents não têm origem clara, podendo ser inclusive Maiar que escolheram ter outra forma que não a humanóide.

Os Anões são uma espécie à parte, pois foram criados pelo Vala Aulë que quis dar vida a uma raça dura e teimosa para resistir à Melkor, além de habitar Arda sem ter que esperar os Elfos acordarem do sono da criação. Quando Ilúvatar teve ciência das ações de Aulë, ele o repreendeu. Em obediência ao seu mestre o Vala cogita destruir sua criação, porém Ilúvatar se apieda dos Anões e permite que eles continuem existindo, com a condição que seriam postos a dormir e só acordariam depois dos Elfos.

Tom Bombadil teria que ser uma dessas espécies apresentadas na criação de Arda. Mas qual? Os fãs têm teoria para quase todas…

As Teorias Sobre Quem é Tom Bombadil

A única teoria de fã prontamente negada por Tolkien é a que diz que Tom Bombadil seria o próprio Eru Ilúvatar. Faz sentido a ojeriza… A idéia de Deus caminhando sobre a Terra, mesmo sendo em um livro de fantasia, faria gelar a espinha de qualquer católico praticante como o autor de Senhor dos Anéis. Portanto, a meu ver, essa teoria pode ser completamente descartada.

Existe uma corrente que acredita que Tom Bombadil seria um dos primeiros Anões criados por Aulë, que seriam mais poderosos que os da Terceira Era – período em que se passa Senhor Dos Anéis. Pesa contra esta teoria o fato de Tom ser imune ao Um Anel, pois até mesmo os teimosos e leais Anões podem ser tentados e sofrem os efeitos do anel de poder.

Outros sugerem que a personagem possa ser um Maia, assim como as águias, os lobos gigantes e outros seres da Terra Média, e isso explicaria o fato de Bombadil ser tão poderoso. Porém o calcanhar de Aquiles desta teoria volta a ser sua indiferença ao anel. Lembrando que até mesmo Gandalf o teme, pois pode ser subjugado pelo seu poder. Como o criador do Um Anel foi um Maia, Saruman, outros Maiar e seres abaixo do poder destes são afetados por ele.

Na história, Tom Bombadil diz que ele estava lá antes mesmo do primeiro nascer do sol, com isso surge a vertente daqueles que acreditam que ele se trata de um “Elemental de Arda”, uma espécie de representação da própria Terra Média, que teria sido criado junto com a canção que originou tudo. Desta forma ele seria uma espécie a parte, diferente de todos os outros e por isso não estaria sob a influência do Um Anel. O que vai contra esta teoria é que Eru Ilúvatar tinha total ciência de tudo o que ocorria durante a criação de Arda, nem Melkor, nem Aulë conseguiram esconder dele suas intervenções, portanto se ele escolheu os Elfos como sendo os primeiros filhos, dificilmente deixaria que outra criatura caminhasse antes dos seus favoritos e o teria posto pra dormir junto com os Anões.

Fica restando a possibilidade de que Bombadil na verdade seria Aulë, que teria permanecido na Terra Média usando um novo nome. Confesso que essa é a minha favorita, pois mesmo tendo furos, como as outras, me parece ser a que mais se encaixa. Nesta teoria, Aulë teria ficado consternado depois que Sauron conseguiu iludir o elfo Fëanor, fazendo-o que este utilizasse os conhecimentos ensinados por Aulë para forjar os anéis de poder. Depois disso, Aulë teria resolvido não trabalhar mais com metais e passado a viver com sua esposa, Yavanna, na Floresta Velha depois dos eventos da Segunda Era. Vale notar que Fruta d’Ouro, como é chamada a esposa do Tom Bombardil, tem todas as características da Vala, esposa de Aulë. Quem argumenta contra esta teoria cita o fato que no Silmarilion é dito que Aulë vive em Valinor com Yavanna. Defensores da idéia (como eu) acreditam que ele pode ter abandonado Valinor depois dos eventos da Segunda Era, onde estão as últimas citações ao Vala e sua esposa.

Seria Tolkien o Primeiro dos Trolls?

 

A meu ver os fãs ainda vão se digladiar muito sobre esse assunto sem conseguir chegar a uma conclusão, ainda mais que o próprio Tolkien respondeu que “sempre deve haver mistérios na idade mítica e Tom Bombadil é um desses (intencionalmente)”.

Devemos lembrar que a personagem foi criada fora do universo da Terra Média e só depois inserida nele. Tom Bombadil era um boneco da filha do Tolkien, que acidentalmente foi jogado na privada e se perdeu depois de uma descarga. Para consolar a filha, Tolkien criou as histórias encontradas no livro “As Aventuras de Tom Bombadil”, nas quais o boneco foi viver aventuras nas margens de um córrego com sua amada. Apenas com o lançamento de Senhor dos Anéis, Tolkien inseriu as histórias anteriores no mundo dos Hobbits, Elfos e afins. Até hoje muito fã considera o livro de Bombadil “não canônico” para o mundo tolkieniano, como um apócrifo.

Não seria nenhuma surpresa se um dia alguém achasse escondido, entre os pertences mais bem guardados de Tolkien, uma carta na qual o escritor confessa que inseriu Bombadil na história só pra confundir a cabeça de todo mundo, tornando-se assim o maior Troll da história da literatura. Dizem que se ouve uma risadinha vinda do cemitério de Wolvecorte, onde Tolkien foi sepultado, toda vez que alguém toca no assunto.

 

Para quem quiser conhecer mais sobre a criação do universo de Tolkien onde se passa as histórias do Hobbit e Senhor dos Anéis, eu recomendo a leitura do livro Silmarillion, onde essas e outras passagens das várias eras da Terra Média são contadas.

 Para comprar o Simarillion AQUI

 

Quem quiser conhecer um pouco mais do Tom Bombadil, pode procurar o já citado As Aventuras de Tom Bombadil. Vale ressaltar que a narrativa é poética e muito mais “infanto-juvenil” que as outras histórias do Tolkien, mas mesmo assim vale a pena a leitura.

 Para comprar AS AVENTURAS DE TOM BOMBADIL clique AQUI

Agradeço a VGSouza pelo brilhante post

VGSouza administra a conta de Twitter e blog do Frases do Calvin, é pai em tempo integral e nerd nas horas vagas.

6

Tolkien e a Sociedade brasileira

Poucos homens marcam a história de toda a humanidade. Menos ainda fazem isso de maneira positiva e se tornam inesquecíveis e imprescindíveis como exemplos para as próximas gerações.

Hoje eu gostaria de falar sobre Sir John Ronald Reuel Tolkien, ou como todos o conhecemos: J. R. R. Tolkien.

Como RPGistas (e/ou atualmente, também os cinéfilos), acredito que ele dispensa apresentações. Então eu gostaria de conversar e colocar em pauta algumas reflexões que este verdadeiro Mestre produz em mim, quando aprendo e analiso sua Obra e sua vida.

Um apaixonado pela Lingüística, amante profundo do conhecimento e acima de tudo um caçador da origem das palavras, lendas e boas histórias, este homem deixou um legado no que se refere a exemplo de paixão por algo de que se gosta.

Com um interesse pelo lúdico e imaginativo, afirmou certa vez que algumas línguas chamadas “mortas” eram ainda mais “mortas” que outras que já haviam caído em desuso, pois seus criadores não as haviam munido de lendas e histórias.

Ele considerava indissociáveis os fatores folclóricos, culturais e lúdicos de uma “Língua” para a manutenção de sua importância e engrandecimento de sua estrutura.

Escrevendo muitos de seus manuscritos para seus próprios filhos, aproximou-os de sua própria paixão, e arrebanhou infantes pelo mundo afora para seu assim chamado “mundo secundário”.

Tolkien não só trouxe gerações e gerações para mais próximo da leitura, ou forneceu combustível para a imaginação de milhões através dos anos, mas pôde propiciar o fato singular e brilhante de agregar todas as mentes em um só lugar… um mesmo mundo… segundo suas próprias palavras:

[Criei] um Mundo Secundário no qual sua mente pode entrar. Dentro dele, tudo o que ele relatar é “verdade”: está de acordo com as leis daquele mundo. Portanto, acreditamos enquanto estamos, por assim dizer, do lado de dentro.”

Para mim, Natan Tomé, a maior obra de Tolkien não foi “O Silmarillion”, “O Hobbit”, ou “O Senhor dos Anéis”, suas obras mais difundidas e conhecidas (assim acredito), mas ter demonstrado O Poder do Saber, O Poder da Paixão pela Criação e O Poder que subsiste na Identidade dos Povos.

Tolkien acreditava no poder do saber, e perseguia avidamente mais e mais conhecimentos, indo a fundo na identidade dos povos através da Lingüística, e assim encontrou o poder criativo para demonstrar estas maravilhas para aqueles que jamais poderiam ter acesso a tais maravilhas. Tolkien me ensina que não há coisa melhor do que aprender. E transmitir conhecimento.

 

 

E então…

E então eu olho em volta, e vejo um cenário muito diferente de tudo o que Tolkien me ensinou aqui no Brasil.

Vejo ensino primário precário em estímulo ao lúdico e ao raciocínio crítico, onde se ensina a nossas crianças como se deve pensar, ao invés de como pensarem por si mesmas.

Orientações pedagógicas restritivas ao ensino proveitoso e produtivo, onde professores (dentre os quais conheço e conheci muitos) lutam contra suas diretorias, Sociedade e muitas das vezes contra pais de alunos para proporcionar brasileiros melhores para o futuro.

Culpa da diretoria? Creio que não. Eles apenas recebem orientações… Culpa da Sociedade? Poderíamos dizer que sim, pois em uma República Federativa, espera-se que haja consciência na hora de exercer seus direitos de escolha… Culpa dos Pais? Como estes que vieram deste mesmo sistema poderiam ser plenamente responsabilizados? Só estão repetindo o padrão…

Este cenário se repete por anos a fio, em todas as escalas de ensino, pois no ginásio, ensino médio e na maioria das faculdades e universidades, as coisas não se mostram diferentes.

O que isso tem a ver com o RPG? Você me pergunta…

Tudo isso denota uma intensa dificuldade de expressão por parte dos brasileiros, uma tendência à depredação social da linguagem por parte da Sociedade, onde se traveste de “Cultura” aquilo que outros povos acertadamente conhecem apenas como tendências.
O povo se distancia da Linguagem, vai mistificando sua Identidade e se relaciona muito mal com sua Imaginação, e com tudo aquilo que encantou a Tolkien.

Voltando a ele, um dos produtos de seu intenso amor através dos anos, o RPG, se posiciona exatamente contrário a todos estes fatores que percebo no cenário educacional brasileiro, e assim posso traçar uma linha conclusiva do porque o brasileiro é tão desconfiado do nosso amado Hobby.

Não somos ensinados a pensar, imaginar, produzir e principalmente a criar. Então se introduz em nosso país algo que além de se opor a nossa realidade, ainda faz isso tudo em conjunto!

Aliás, outra coisa que não somos ensinados: Agir em conjunto. Em grupo. Em união.

Na cultura do cada um por si e no máximo eu e minha família, para muitas pessoas é difícil sentar em uma tarde de sábado com alguns refrigerantes e “ligar” o consciente coletivo em um mesmo lugar chamado “Toril”, “Arda” ou “Mega City”… Não somos ensinados a isso no colégio.

Opa… consciente coletivo? O que é isso mesmo?

O brasileiro tem uma desconfiança natural do RPG, não apenas por matérias jornalísticas caluniosas do passado, ou exemplos extremos pescados em maus jogadores de Live Action. Brasileiros desconfiam naturalmente do RPG porque ano após ano, não são ensinados a olhar para dentro de si. E acima de tudo se expressar quanto a isso.

Quer um exemplo? Os tais “assuntos indiscutíveisPolítica, Religião e Futebol

Ou seja, se você tem de expressar aquilo que acredita, ou defende, mas outros podem discordar: Não o faça.

No RPG, isso não teria vez… Não seria possível…

Defendo: o RPG é e se posiciona como uma maneira de aproximar o brasileiro do lúdico, do pensamento por si só, e funciona como uma forma eficiente de treinar sua expressão.

Defendo também sua função restauradora (em termos sociais) quanto à capacidade de entender, desmitificar e interagir com o pensamento de outrem, além de ser uma possível porta para destrancar todo o potencial do pensamento crítico por parte do cidadão, seja ele estudante, profissional ou idoso.

Seja você formador de opinião ou não, você precisa disto. Porque produzir conhecimento de si mesmo, passa pelo conhecimento da linguagem, do entender o que está a sua volta e utilizar seu conhecimento e capacidade imaginativa para ultrapassar limites. E continuamente ir construindo nossa identidade como nação.

Obrigado Tolkien. Você me forneceu, e continua fornecendo a todas as gerações as armas para tentar transformar minha realidade, e a realidade dos que estão à minha volta. Não sei se você sabia que isto iria acontecer, mas o fato de você ter feito engrandece por demais minha admiração por você.

E tudo começou com seu amor e dedicação ao que gostava…

 

Créditos de Imagem:

01  Elfdaughter ( http://bit.ly/PgaQev )
02  Lueb-Art ( http://bit.ly/SOd1FK )
03  fresco-child ( http://bit.ly/OWTqT1 )
04  Deligaris ( http://bit.ly/QzBb7j )
05  CG-Warrior ( http://bit.ly/Q1RE3B )
06  Shockbolt ( http://bit.ly/SqRDLP )
07  JakeMurray ( http://bit.ly/SqRFDG )
08  moonxels ( http://bit.ly/TqILYg )


Fique ligado na nossa Fanpage, adicione nosso Feed e siga nosso Twitter @sonaopodeitirar1 que você terá todas as atualizações do Só não pode tirar um!.


5

Religião como Personagem

Olá, aventureiro perdido! Aproveitando o gancho e a discussão iniciada pelo Natan Tome no post Vamos falar sobre Fé, no artigo de hoje, vou discutir como religiões e crenças podem ser utilizadas no roleplay.

Antes de qualquer coisa, precisamos definir o que é religião. De forma bem superficial, podemos entendê-la como um conjunto de sistemas culturais e de crenças, que envolvem rituais, símbolos, tradições e espiritualidade (valeu Wikipedia). Sem fazer um grande esforço, podemos perceber que dentro de um cenário medieval, as religiões tem um papel social muito importante. Agora, como podemos melhor representa-las nas nossas histórias?

 

Vox Populi, Vox Dei

Esqueça clérigos, anjos, cultistas e demônios. A primeira maneira interessante que você tem para incluir a religião em seu jogo é na vida cotidiana. Mesmo sem lugar na estalagem, a mulher do dono convida os personagens a passar a noite nos estábulos de graça, e ainda serve uma dose generosa do caldo de legumes. Ela explica que uma serva da deusa protetora das colheitas e comunidades nunca deixaria viajantes sem um teto para repousar. Aquele assassino da guilda que jogadores estão perseguindo, não mata apenas por dinheiro, ele está aumentando o exército da sua divindade. Ou seja, lembre-se que:

Os personagens, quase sempre, têm uma religião e sempre expressam suas crenças através de suas atitudes.

Entenda que religiões são feitas de pessoas, ou seja, mesmo o seu cenário sendo extremamente maniqueísta, clérigos de divindades bondosas podem ter atitudes terríveis. Seus jogadores podem se surpreender quando o vilão, líder do maior culto diabólico da região, poupar um vilarejo, pois se apiedou de uma donzela ou qualquer outra pessoa. Sim, as pessoas fazem isso na vida real e devem fazer isso no roleplay. Isso as torna humanas/elfas/anãs, ou seja, críveis!

 

“Braço forte e mão amiga”

Sem levantar nenhuma bandeira ideológica, quem estudou um mínimo de história sabe que a Igreja Católica possui sua crença central baseada no amor, o que não a impediu de participar de eventos históricos “controversos”, na melhor das hipóteses. Da mesma maneira, a religião da divindade leal e boa pode defender atitudes que parecem contrárias a sua fé, principalmente quando falamos daqueles que não compartilham dessa.

Na verdade, toda uma instituição religiosa é um antagonista muito mais interessante para o mestre do que apenas um clérigo. Afinal, como os personagens podem enfrentar tamanho poder? Como derrotar uma força que pode estar no coração de cada cidadão de um reino? No mundo real, é muito mais difícil para um traficante enfrentar a instituição Polícia do que uma patrulha de policiais. Se quiser ter uma ideia melhor, leia o livro O Caçador de Apóstolos do Leonel Caldela. Lembre-se que o Batman não era um homem, era um símbolo, portanto, era “imortal”.

Imagine uma divisão de poder dentro da própria religião dominante, que culmina numa guerra santa sem precedentes. E se dois personagens decidirem ficar em lados opostos desse conflito, o jogo vai ser enriquecido incrivelmente. Outra questão a ser analisada é qual a postura da divindade e de seus representantes extraplanares. Pode ser que eles apoiem apenas um lado do conflito, ao contrário dos jogadores. Como eles poderiam se opor as hostes celestiais?

A religião pode ser analisada por muitos prismas, mas alguns concordam que ela pode ser usada como ferramenta de dominação.

 

As Máscaras de Deus

A experiência religiosa da humanidade é extremamente plural. Vemos diversos cultos, com preceitos tão diferentes do que conhecemos, mas não nos atentamos ao fato de que podemos usar esses elementos em nossas narrativas. Sinta-se livre para criar religiões diferentes no seu cenário, abordagens únicas ao invés de visões repetitivas. Se você quiser uma inspiração, dê uma olhada em sistemas religiosos mais desconhecidos. Para se ter uma ideia, a concepção que temos de uma sociedade matriarcal está muito longe do que os estudiosos tem proposto.

Novos cultos, ou novas correntes das religiões conhecidas podem ser muito úteis, principalmente se quiser mostrar alguns pensamentos filosóficos diferentes. Fique a vontade para inserir elementos exóticos, se você tornar a experiência do jogo muito mais rica, nada pode ser contestado. Garanto que algum jogador até vai querer montar um clérigo desse culto.

E não se esqueça, para evitar a falha crítica Só Não pode Tirar Um!


Fique ligado na nossa Fanpage, adicione nosso Feed e siga nosso Twitter @sonaopodeitirar1 que você terá todas as atualizações do Só não pode tirar um!.


11

Vamos falar sobre Fé

Hoje vamos falar sobre .
Opa, pode ficar tranqüilo, não vou pregar para você. Até poderia, mas não vou fazê-lo! Rsrsrsrs

Hoje gostaria de colocar em pauta o papel que todos achamos necessário na mesa de jogo, mas que às vezes percebo ser subjugado a um (uns) estereótipo(s) muito inconveniente(s). O usuário de Poderes Divinos.

Clérigos e Paladinos… Como os temos utilizado?

Ou são como padres arcaicos e chatos, ou passam a vida tentando “burlar” suas obrigações/restrições.

Sempre vejo situações assim em mesas de jogo, seja nas que participo ou nas que observo.

A é algo comum a mim desde bem pequeno, fazendo parte de minha vida e porque não, moldando meu caráter. Todas as vezes que pude interpretar personagens com alto teor de (sejam Clérigos ou não) eu compreendia que a essência do personagem estava intimamente e constantemente ligada a um ser que estava presente em sua vida, exatamente como eu me sentia.

Ser um personagem devoto é muito além de uma escolha de vida. Para mim, é ser definido por aquilo que escolheu seguir, na verdade para mim cada clérigo ou paladino é um escolhido.

Quando observo Clérigos e Paladinos que se chocam com o fato de: “não posso fazer isso por que vai contra minha divindade… que droga…”, isso me alarma bastante, e vejo que este jogador talvez não entenda o que é ser um Clérigo ou Paladino.

Ele escolheu um personagem que se mistura com sua divindade patrona, então ele nem deveria pensar na mais remota hipótese de possivelmente fazer algo que sua divindade nunca aprovaria!

Aí os “do contra” de plantão vem dizer: “Ah, Natan… mas isso é questão de interpretação…

Er… Não, não para mim. Se você escolhe subjugar sua vida a serviço de outrem, então tem de assumir suas escolhas ou deixar isso para trás.

Por exemplo: quando você entra em uma empresa, começa a trabalhar tendo seus deveres a cumprir. Você acorda cedo, sem ninguém te obrigar, realiza suas tarefas com responsabilidade, sem ninguém ter de ficar no teu pé (assim se espera) e age de acordo com as políticas da empresa. Tudo isso visando benefícios pessoais a curto, médio e/ou longo prazo.

Mas imagina que você seja um Clérigo que também tem seus deveres, mas age contra os preceitos de sua divindade, sempre busca artimanhas para tomar aquela atitude que não poderia ou pior comete alguns “deslizes” que o mestre aceita, mas Amanautor NUNCA aceitaria?

Pior, assume-se que você não esteja servindo a uma divindade em benefício próprio nem a curto, a médio ou em longo prazo (salvo exceções), mas porque acredita naquele ideal ou conceito, a ponto daquilo ser algo pela qual vale a pena viver e existir).

Mas o que vemos? Clérigos vivendo para os grupos, para si mesmos ou seja lá o que for, e não para suas divindades…

Se você como este clérigo, fosse um profissional da empresa onde trabalha, seria demitido sem nenhuma chance de diálogo.

Tá aí… Nunca vi um mestre aplicar aquela regra de perda de poderes concedidos e magias…  Aquela parte de penitência semelhante à magia “Missão” menos ainda…

Por quê?

Entendo que muito desta problemática existe por culpa dos mestres. Os jogadores aprenderam a ver os clérigos como fonte de cura, e em alguns casos como em D&D também como uma classe combativa equilibrada, e . Simplesmente porque sempre se pode fazer alguma coisa quanto às obrigações/restrições.

É isso que eu pediria em uma mesa de jogo: Severidade.

Posso estar sendo criterioso demais, e alguns diriam até mesmo equivocado, mas falando a verdade, também não entendo pessoas que se dizem “ateus” e “agnósticos” jogando com personagens devotos. Vocês podem ter visto bons jogadores em algumas ocasiões, mas eu nunca vi um.

Não compreendo como uma coisa boa pode sair daí, por maior que seja a excelência em “interpretação” da pessoa alvo.

Porquê as aspas na palavra interpretação?  Porque para mim, interpretar não é fingir, interpretar é se misturar, incorporar, envolver e ser envolvido em algo que se quer expressar, e como você pode incorporar eficientemente algo em que você não acredita?

O que eu sempre vi foi um misto de estereótipos e cartas marcadas

Pregações? Influenciar vidas? Vamos, me diga qual foi a última vez que você viu um Clérigo declarando os preceitos de sua divindade, que não fosse numa tentativa de aporrinhar o ladino ou qualquer personagem caótico, neutro ou mal do grupo?

Quando foi a última vez que você viu na mesa de jogo um Clérigo se tornar importante fator nas comunidades em que passava, um evento a ser comentado pelos plebeus e pela aristocracia? Quando você viu um Clérigo ser reconhecido como um emissário de sua divindade e fazer valer seu papel de autoridade frente a população por merecimento, sem que seja mera “colaboração” do mestre?

Creio que a visão que temos dos Clérigos e Paladinos se mistura muito com os estereótipos que temos para os religiosos em nossa sociedade, e assim transferimos estes pré-conceitos para a mesa de jogo, o que demonstra obviamente uma grande inaptidão para se fazer valer de ideais, postura e atitudes realmente relevantes quanto a um ser superior da qual você decidiu ser um embaixador.

Obrigações e restrições não deveriam ser um fardo na mesa de jogo, como é hoje em dia, e clérigos não deveriam ser aqueles padres jesuítas medievais com mentes arcaicas, ou ser definidos por quantas magias de cura ainda podem usar.

Muito se fala sobre inovação no mercado RPGístico, e muito se busca sobre sistemas e mecânicas, mas vejo que muito se poderia fazer com tudo aquilo que temos, mas nos damos por satisfeitos com as coisas erradas.

Sonho em ver jogadores tratando a com o mesmo carinho e esmero que os criadores de Forgotten Realms, Greyhawk, Dragonlance ou Tormenta tiveram ao conceber suas cosmologias.

Pense em todo um nicho dentro dos jogos que raramente foi explorado por tratar de assuntos que são socialmente reconhecidos como “indiscutíveis” pela nossa comunidade…

Sei que muitos suplementos devem ter sido criados lá fora, e obviamente não chegaram aqui por causa do motivo acima citado, mas isso não modifica o fato de que aqui no nosso país, os autores poderiam se aprofundar neste tema, e trazer renovação para a mente dos jogadores. Nisso, digo que o cenário de Tormenta tem feito um serviço quase de utilidade pública, com seus diversos suplementos que abordam o tema, seja específica ou parcialmente.

Gostaria de saber a opinião de vocês sobre as mesas de jogo onde participaram, se existia ou não as questões tratadas aqui, assim como formas de resgatarmos os personagens devotos das garras dos conceitos pré-moldados e estereótipos, pois os mesmos são (e podem ser ainda mais) fontes interessantíssimas de enredos, oportunidades de interpretação e acima de tudo, desafios que podem suportar toda aquela diversão que almejamos para uma tarde rolando dados…

 

Créditos de Imagem:

01  Jesper Ejsing ( http://bit.ly/O9skgX )
02  yumedust ( http://bit.ly/QxkMAI )
03  RalphHorsley ( http://bit.ly/S4aWt1 )
04  * Não encontrado
05  aaronmiller ( http://bit.ly/OywKIt )

 


Fique ligado na nossa Fanpage, adicione nosso Feed e siga nosso Twitter @sonaopodeitirar1 que você terá todas as atualizações do Só não pode tirar um!.


14

Onde estão os jogadores novos?

Olá, mestres e jogadores! Para começarmos, respondam a seguinte pergunta: em algum momento da sua vida, um amigo/conhecido/whatever resolveu explicar pra você como funcionada aquele jogo esquisito com dados e papeis, certo? Posso estar enganado, mas, se não foi assim, deve ter sido uma variação bem parecida.

Bem, eu me interessei por RPG de uma maneira diferente. Antes dos 10 anos, eu comprei a antiga Dragão Brasil. Mas, além das aventuras-jogos que eles publicavam, só rolei meu primeiro dado com mais de 6 lados quando um amigo me convidou para jogar. Vocês já devem estar imaginando aonde quero chegar.

Aventureiro à vista

Ultimamente, tenho notado (deixando claro que essa é uma percepção sem nenhum embasamento estatístico) poucos jogadores novos. Alguns vão alegar que com a facilidade dos vídeo games e MMO’s, o público debandou. Bem, se você pensa assim, pare agora mesmo de ler e vá ouvir o nosso primeiro TavernaCast. Sem me estender muito, eu vejo que existe e continuará existindo espaço para o RPG, independente das outras opções disponíveis.

Afinal, atualmente se tornou mais fácil jogar do que antes. Na cultura pop mundial, as referências nerds estão estabelecidas e fazendo muito sucesso, Vingadores, Batman e Big Bang Theory só podem confirmar. Se antes eu precisava de livros xerocados e da Dragão Brasil, hoje há gama gigantesca de canais de divulgação do hobby, como o Só Não Pode Tirar Um e muitos outros sites. E além da facilidade de acesso aos jogos antigos e aos lançamentos, a cada ano aumenta a quantidade de eventos de RPG.

“Não vamos conquistar suas mentes, conquistaremos seus corações”

Ninguém começa a jogar para estimular a capacidade intelectual, melhorar a leitura ou com a matemática… As pessoas jogam por que é divertido! Eu não estou negando esses benefícios, eles realmente existem e são os grandes diferenciais das outras formas de entretenimento. Eu tenho orgulho de quase sempre ter novatos na mesa quando mestrava. O meu grupo sempre teve paciência e interesse em ter novas pessoas para jogar, foi assim até que encontrei meu melhor amigo. No último Natal, presenteie um amiguinho de 13 anos com um antigo Manual 3d&T e há alguns meses atrás ele disse que já estava jogando com um grupo.

Então, chame o irmão mais novo da sua namorada para jogar com o seu grupo. Ele gosta de jogos e animes? Leva ele em algum evento perto, você pode até descobrir uns jogadores na sua cidade. Se esta sem ninguém para jogar, fale para ele chamar os amigos que se interessam e monte uma mesa com eles (não se esqueça de pesquisar quais as referências preferidas deles, isso é muito importante! rs). Quem sabe seus filhos embarquem em aventuras com você, como relatou o Antunes Rocha. Eu sei que o RPG é uma cultura de nicho e não vai competir com várias outras indústrias de entretenimento, mas sempre vai ter alguém querendo rolar uns bons dados. Só não pode tirar um!


Fique ligado na nossa Fanpage, adicione nosso Feed e siga nosso Twitter @sonaopodeitirar1 que você terá todas as atualizações do Só não pode tirar um!.


Page 5 of 10«Primeira...34567...10...Última »