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Dentro da Dungeon #16 – O som dos mortos

“Salve os enferrujados! E não é porque você terminou o Diablo 3 que nós vamos parar de falar nele, não é?! O ambiente do jogo propicia alternativas a serem vividas em nossas mesas, apesar de algumas terem saído delas, claro! Então vamos continuar vivendo esse universo até que não reste nenhum gemido de zumbi vagando por aí!”

A simples menção em correr perigo em busca de glória já motiva aventureiros de coragem. E quando o mundo é dominando por mortos-vivos e o som mais suave é o som do arrastar das suas carcaças, como ambientar e aterrorizar esses heróis?

Chegando ao portão que range…

Explorar os sons é uma ótima alternativa para amedrontar. O cacarejar de um corvo é capaz de ambientar o silêncio da forma mais completa. O que ouvimos mestre? Não da para ouvir muito. O vento uiva junto com os lobos e apenas o farfalhar do capim sob seus pés pode ser ouvido. Os animais são sempre uma ótima saída para ambientação, o ruído da natureza também pode ser usado, mas não diz muita coisa, a menos que você esteja caçando ou tentando se esconder. A noite também é bem representada pela coruja e para amenizar ímpeto dos jogadores e fazer com que eles acampem, uive!

Em uma ambientação sombria ou para o mundo dos mortos, objetos existentes podem ser bem aproveitados. O portão que geme, melhor dizendo, passa uma idéia de vazio, suspense e inatividade. Objetos caindo, janelas espancadas pela força do vento, cordas rangendo enquanto suspendem corpos, caveiras revirando ossos… As possibilidades são inúmeras para afugentar os corajosos aventureiros e elas passam um pouco mais de realidade para o cenário a ser descrito.

Ouvindo atrás da porta

Talvez os mortos estejam à espera dos heróis. Talvez o poderoso lich tenha tomado os poucos sobreviventes como reféns. O próprio choro, a angustia, a morte certa podem ser usadas ou ter a mão uma criatura com habilidade para imitá-la também é uma saída. Talvez uma emboscada esteja pronta e é aí que os sons do jogo vêm à tona! A bruxa em transe inconscientemente berra ordens aos comandados após ter tido uma visão sobre o eminente ataque dos heróis. Os zumbis que vagam em busca de amenizar a insaciável fome estão se aproximando. A múmia agitada que luta freneticamente para se livrar das amarras dentro do sarcófago. O insano vampiro que gargalha ao sentir o cheiro de sangue fresco se aproximando de mais uma das suas armadilhas.

As aventuras prontas ou as que saem da sua imaginação têm sons. Basta se concentrar e usar o que cada elemento do jogo é capaz, até mesmo o cubo gelatinoso causa ruídos, por mais que você queira pegar o grupo de surpresa.

Use cada som conforme a necessidade de descrição da cena e não fique por aí jogando sons que não ajudam ou exagere neles para confundir os jogadores. O som dos mortos é perfeito para qualquer aventura, pois sempre existe algum elemento que os liguem entre os desafios.

Enfatizem sempre na descrição de uma porta entreaberta e bons dados!


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Dentro da Dungeon #15 – Pai rpgista é mais feliz!

“Salve aventureiros! Um Dentro da Dungeon extra e diferente. A pedido do companheiro @savioyoda trago um breve relato dessa vida de filho, mestre e pai. Espero que curtam e deixem suas opiniões.”
Nos primórdios

No começo, a minha relação com meu pai era meio conturbada, sempre puxava para o lado da minha mãe por achá-la indefesa e cheia de obrigações caseiras. Com mais obrigações que meu pai. Sempre dando duro em casa e meu pai saia para o trabalho, esse fato me fazia acreditar que ele não fazia tanto quanto ela.
Aos poucos tive a oportunidade de conhecer e acompanhar o trabalho dele. Muitas responsabilidades e pouco tempo para nós. E à medida que crescia entendia cada vez mais a necessidade da sua ausência, ele saia de manhã e voltava à noite ou não, só no outro dia. Raramente estava conosco.

Minha mãe pouco falava sobre ele e quando eu e meus irmãos reclamávamos, ela o defendia. Foi então que comecei a tentar me aproximar dele, já que ele nunca teve muito jeito para a coisa.

Trocando os papéis

Sempre achei que fosse obrigação do meu pai nos dar afeto, mas até os dias de hoje ele trava quando tenta chegar perto de nós. Foi difícil entender isso e até pensei que ele não gostasse da gente. Mas não, um belo dia escutei uma conversa entre ele e minha mãe sobre essa falta de afetividade que tinha conosco e foi então que tive a grande ideia.

Eu e meu irmão do meio começamos a participar e curtir os gostos do meu pai no pouco tempo em que ele estava presente. Músicas de sua juventude, ver futebol juntos e ler. As vezes era engraçado, nós, duas crianças cantando aquelas músicas, minha mãe achava engraçado. No futebol, achávamos chato e sempre dormíamos no meio das partidas. Na leitura só eu segui o coroa, meu irmão nunca será um leitor (risos). Então começamos a ter coisas incomuns e assuntos que nos interessavam. Esse apego cresceu tanto que minha mãe foi ficando de lado…

Eu jogando de pai

Meu pai é um profeta ou viveu o suficiente para conhecer as coisas da vida. Na minha vida ele acertou em tudo! Disse como eu começaria e como viveria, só falta dizer o final. Tudo que ele disse que sentiria quando fosse pai e dono de casa aconteceu. Tudo! Pena que ele não tenha seguido os próprios ensinamentos e fomos nós que tomamos a iniciativa. Para que meu filho não passasse por essa árdua caminhada resolvi tomar a frente da coisa. Claro que sim. A obrigação de chegar é do pai e não do filhote. Então passei a ensinar a ele coisas que eu gosto de fazer, mas também estou atento para saber do que ele gosta.

Nunca tive videogame, só depois que comecei a trabalhar foi que comprei o X-BOX. Até porque nunca fui muito fã de games, mas acabei comprando para jogar Final Fantasy, NFS e PES. Logo meu filho ficou fissurado pelos games e à medida que fui adquirindo outros jogos, ele aprendeu rápido e passou a jogar sozinho. Aos poucos fui perdendo a atenção dele para os games e chegando a esta conclusão fui radical, guardei o X-BOX! No começo até a mãe dele chiou, pois era uma das maneiras que ele tinha para se distrair e ficar quieto, mas não era a única. Ele curte jogar bola e ir à praia, mas isso exigia a presença de outra pessoa para acompanhá-lo e nem eu tenho disponibilidade de tempo para ir a praia jogar bola e nem a mãe tem paciência. Foi então que apresentei minha coleção de miniaturas de D&D/ Pathfinder…

Usando RPG

De cara ele ficou encantado! Bonequinhos coloridos e bem legais logo chamaram sua atenção e com os tiles então foi um tiro certeiro. Os dados ficaram para depois e o efeito foi o mesmo. Números e formas diferentes, formas iguais às ensinadas na escola. Ele foi matando forma a forma, só faltou o retângulo…

Ele não interpreta e não é um prodígio, mas fica quietinho observando as sessões que acontecem aqui em casa. Não sei se ele entende, mas sempre está fazendo sinal de positivo com a cabeça. O grupo da muitas gargalhadas observando ele sério e só o tempo vai dizer o que ele acha do RPG. Fico feliz com a sua presença na mesa. O simples fato dele estar ali ao meu lado me faz querer tornar as sessões cada vez mais divertidas.

Bons dados!


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Dentro da Dungeon #14 – Meu cruel caçador

“Não tardou para jogar Diablo 3 e começar as comparações com o RPG de mesa. À primeira vista adorei! Ótimos personagens para escolher, personalização de nome, sexo e classe. Depois de muita porrada e itens legais fiquei imaginando como seria… Pegue sua besta de mão e vamos caçar alguns demônios.”

CAÇADOR DE DEMÔNIOS

Espreitando pelas sombras a procura de um sinal que o leve a qualquer pista do inimigo. Agora a pista ficou quente e as grotescas criaturas dão sinais espalhando o terror, reduzindo cidades-estado a vilarejos apodrecidos. Os milicianos não dão conta do avanço das criaturas e é nessa hora que surgem os heróis e com eles o Caçador.

O solitário Caçador de Demônios avança sobre as hordas demoníacas desbravando em busca da fonte do poder maligno.

JOGANDO COMO CAÇADOR

A solidão é a sua companheira e a escuridão noturna é o seu manto. O bom humor não é uma das suas qualidades, mas ele sempre estará disposto a ajudar os que necessitam. A sua árdua missão incumbida por forças superiores é livre de cobrança. A dedicação interminável contamina os monstros e os fazem fugir do alcance do seu tiro certeiro.

Geralmente sério e com poucas amizades o caçador prefere o isolamento. Sempre ciente no que acontece ao seu redor ele não participa de negociatas e não espera por reconhecimento. Seu dever o motiva e o ouro só é útil para repor seu equipamento de trabalho. Não é de descansos, muito menos de festejos e dos prazeres mundanos. Ele está sempre em busca da subjugação do mal e qualquer um que possa dar a informação estará em sua mais alta conta.

A determinação pode atrapalhar, caso fraqueje, e por mais que seja um grande dever ele deve saber separar dos interesses do grupo. O caçador nunca sobrepõe sua vontade à dos companheiros. O bom senso deve sempre está presente, e recuar não é vergonha, pois é reagrupando que se consegue a vitória.

“BELEZA MESTRE, ENQUANTO ESTÃO DISTRAÍDOS SACO MINHA BESTA DE MÃO E PREPARO-A COM UMA SETA CONGELANTE…”

A força física não é uma das suas principais armas, apesar de conseguir dar uns bons golpes. Ataque à distância é a sua especialidade e seu tiro certeiro é mortal. A besta de mão é uma das armas preferidas, mas alguns caçadores já foram vistos com arcos curtos e até mesmo zarabatanas.

Sua tática não foge muito a regra de outras classes com menos Pontos de Vida, ele se esconde, se esgueira e ataca ferindo mortalmente sempre a distância. Geralmente seu alvo é a fonte do poder, o monstro mais poderoso. Caso seja incapaz de utilizar o ataque a distância, machadinhas, adagas e espadas curtas se tornam suas companheiras. Espadas e machados de duas mãos são consideradas ultrapassadas e podem ser tidas com um insulto caso lhe sejam oferecidas.

APARÊNCIA

Devido aos frágeis músculos, pois os caçadores valorizam mais a inteligência do que a força bruta, eles camuflam sua aparência com roupas rudes e de cores escuras. Sua leve armadura traz traços acentuados nas pontas que também parecem lâminas. Dificilmente exibem seus rostos, a exemplo dos drow, mesmo em lugares reservados preferem assegurar sua privacidade. O capuz e a capa são peças essenciais no seu vestuário e outros poucos utilizam máscaras discretas ou horríveis para causar pânico nos inimigos. Uma bota de boa qualidade para aguentar as árduas caminhadas e luvas. O caçador de demônios não exibe partes do seu corpo e fará de tudo para ocultá-las. Alguns dizem que a causa disso são os ferimentos causados durante o treinamento e as horrendas cicatrizes deixadas pelos mortos.

O mais assustador nisso tudo é o globo ocular totalmente branco! Sim, seus olhos treinados para encontrar os seres do mal podem ver além da sua alma, mas isso é assunto para outro dia. Bons dados!


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Dentro da Dungeon #13 – Meu astuto bardo

“Salve invasores de dungeons! Continuando com nossa apresentação sobre as classes de RPG de fantasia medieval, que trouxe na sua estreia o #MeuQueridoLadino, damos continuidade na sua ficha e abrimos as cortinas do palco para o #MeuAstutoBardo! Agora eu quero ver!”

Na falta de um ladino, conte com um bardo. Ele não chega a ser um perito #DentroDaDungeon, porém pode ser de grande valia dentro daquela velha taverna de onde iniciam as grandes aventuras. De posse do seu inseparável instrumento ou até mesmo com a própria voz, esse versátil aventureiro é capaz de encantar a todos com as variações e tonalidades das notas musicais. É certo dizer que ele é tão útil como um ladino e tão prestativo quanto um clérigo, pois em ocasiões como uma negociação ou no combate suas habilidades estão presentes.

Eu sou um bardo!

Ser cortês é uma das principais características de bardo. Galanteando donzelas, ludibriando taverneiros e sempre de bom humor. O começo da carreira é doloroso e não poderia ser diferente. Não é todo dia que um preocupado Senhor ou um dono de uma estalagem dará a chance para o bardo mostrar suas habilidades e a grande parcela da sociedade veem os artistas como vagabundos a menos que gostem ou tenham necessidade da apresentação de um show. Mas ele não desiste facilmente e quanto mais habilidoso mais rápido a sua carreira ascenderá.

Apos alguns anos vagando entre tavernas e estalagens, o bardo adquire fama e por onde passa será reconhecido, porém esse caminho é uma faca de dois gumes e pode levar o bardo a ruína. Não é correto sair por aí fazendo demonstrações das suas habilidades, outros companheiros de profissão e outros invejosos não gostam de dividir espaço e principalmente com forasteiros exibidos.

Seu vocabulário sempre afiado pode trazer algumas palavras ferinas que cortam mais do que uma espada, mas as palavras confortáveis para acalmar a alma são a sua especialidade. Os maneirismos também estão presentes e ajudam a identificar o artista; algo engraçado e que geralmente o incomode: “maldita tosse que só aparece quando resolvo cantar”.

Afinando o banjo

Matreiro como o ladino só ele, sempre se esquivando de responsabilidade, mas de forma diferente ele convence facilmente os outros de realizarem suas obrigações: “não posso ficar de guarda, devo resguardar a minha voz e um artista deve ter seu sono da beleza”. Porém o astuto bardo está à disposição para aqueles que precisam dos seus serviços e os companheiros de grupo devem saber encher o oceano vazio que é o seu ego ou se prepararem para arranjar outro para o seu lugar. E porque um músico habilidoso aceitaria o convite para estrelar nos palcos dos calabouços cenários a fora?

Não é fácil essa vida de artística e o astuto bardo deve estar bem descansado para fascinar e causar choque musical nas criaturas que aparecem pela frente, pois é para isso que o leva a enfrentar tantos perigos ao invadir mansões assombradas. O bom músico sabe reconhecer o valor de uma boa plateia e ele jamais privará os monstros da melodia da morte. Este artista de bom coração e de aparência frágil é capaz de semear o medo no coração dos que o enfrenta e o fará com maior prazer em troca de conhecimento e reconhecimento.

Sedentos por inspiração, o bom bardo trata as aventuras como palavras nos seus versos e canções. Cante-as também e bons dados!


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Dentro da Dungeon #12 – Mulheres na mesa

“Salve Mestres! Hoje teremos mulheres na mesa, só…”

Já faz algum tempo que venho nessa estrada árdua de mestre, comprando livros, lendo e aprendendo. Porém em todos esses anos nunca havia jogado com uma mulher. Não foi por preconceito ou qualquer outro motivo fútil, mas sim por falta de oportunidade. Já havia tido uma breve experiência, mas nada que contasse muito, pois mal começamos a jogar e ela começou a sorrir, levantou e foi embora. Frustrante? Não! Ela não foi a primeira e nem será a última a fazer isso. Bom, deixemos essa passagem de lado e vamos manter o foco no que realmente interessa!

Pontualidade é tudo!

Quando começamos a jogar, logo de cara o que chamou minha atenção foi à pontualidade e a organização que foi trazida para a mesa. É notório e sabido por todos da falta de comprometimento de alguns jogadores, são incapazes de dar uma satisfação para ausência no dia do jogo. Porém com elas é diferente, sempre ligando marcando e remarcando, agindo como verdadeiras secretárias, no bom sentido, claro! Alguns jogadores passaram a se irritar com a insistência, chegando às vezes a serem apanhados em casa pela Sub-Mestre para não faltarem à sessão. Chega a ser engraçado, queixas e birras, mas no final fica tudo mais divertido.

Aprendizado relâmpago

As mulheres têm a mente sempre aberta para novos ensinamentos e com RPG não é diferente. No começou pensei que iriam tender para aquele tipo de jogador que devora o livro e se transforma no Advogado das Regras, levando em conta apenas o que lhe interessa e o que o livro diz. Mas não, a compreensão das regras faz parte do seu estilo de jogo, usá-las sim, mas sem querer extrapolar os limites. É até bom debater sobre regras e ter alguém com discernimento para discordar de forma positiva é ótimo. Entre outros aspectos elas até ajudam aos companheiros com determinadas dúvidas sem tirar o fluxo do jogo.

Tomando as rédeas

Quando novatas, elas sabem escutar e aguardam a hora certa para agirem, porém essa não é a sua especialidade, “falar é preciso” já ouvi uma delas dizer e é verdade. Em certa altura da vida de jogadora e com algumas sessões vividas elas literalmente põem as garras de fora! Mas como assim um grupo liderado por uma mulher? Algo contra? São nas situações mais complicadas que elas mostram seu brilho. Os durões das nossas mesas podem por tudo a perder interpretando seu bárbaro grotesco ou o seu bardo ofendido em uma simples negociata para que o pirata leve o grupo para o outro lado do oceano, e é nesse momento que com toda sua graça e interpretando a mais vil feiticeira que ela amolece o coração do pirata e por uma modica quantia de ouro o grupo chega são e salvo ao seu objetivo. As decisões tomadas dentro da dungeon podem parecer difíceis, mas elas sempre terão uma solução razoável para a resolução do problema, evitando maiores perigos.

#vidademestreedificil

Mestre: Plantado na porta da estalagem está um sujeito musculoso, sem camisa e não está com a cara muito boa, o que fazem?
Jogadora: Ainda afastada na estalagem tento chamar a atenção dele usando meu charme e subo a minha saia levemente…
Mestre: Ok, ele olha para o lado e para o outro e percebe que é com ele, o que você faz?
Jogadora: Sorriu para ele e o chamo usando o indicador.
Mestre: Ele também sorri e fica muito animado partindo em sua direção!
Jogadora: Caminho sempre olhando para trás até chegar a um beco e o espero.
Ladino: Chego por trás com meu golpe furtivo para apagá-lo!
(Mestre: Um teste de Diplomacia resolveria, não precisava matar o cara…)

E quem disse que essa vida é fácil, elas sempre usam dos artifícios mais inusitados para corajosos aventureiros e não se importam em dizer que foi para o bem do grupo. Sua capacidade de improvisação é impressionante, elas sempre buscarão uma maneira de se safar junto com o grupo, sempre espero por boas risadas tendo uma mulher no grupo e junto com um ladino ou bardo astuto então… Já tive sessões desmanteladas por essas perigosas duplas, não precisam nem de “off” para planejarem, agem de forma natural para superar os desafios. Não vão hesitar em executar suas ações, acabarão com seus queridos NPCs e caso você não tenha uma saída na manga vai acabar caindo em sua teia. Tome cuidado com as sessões que duram mais de um dia, pois esse meio tempo elas usarão para planejar saídas da sua elaborada aventura.

Fique atento: elas são tão espertas e cobram XP.

Bons dados!


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Dentro da Dungeon #11 – Meu querido ladino

“Salve jogadores! O objetivo do Dentro da Dungeon dessa semana, e de outras que possam vir pela frente, é apresentar e dar mais um pouco de informações para as classes usadas na grande maioria dos cenários medievais aos novos jogadores. Notei a necessidade de uma apresentação devido à dificuldade de alguns novos jogadores em entender o papel de cada classe. Então peguem seus kits de ferramentas de ladrão e divirtam-se!”

O bom e velho ladrão batizado há décadas atrás é um dos personagens imprescindíveis em uma aventura cercada de perigos, suas habilidades vão muito além dos pequenos furtos. E como definir as habilidades do destemido gatuno? Qual é a hora certa de utiliza-las?

“Ok mestre, eu tomo a frente da fila e tento procurar algo perigo no corredor…”

É comum em um grupo de aventureiros explorando uma velha ruína que haja sempre um ladrão entre eles. Apesar da pouca resistência é ele que na maioria das vezes lidera o grupo diante do perigo eminente. Seria loucura pensar que logo ele, o mais “frágil” entre todos deveria tomar a frente, mas o que define sua posição é uma das suas habilidades mais afiadas, encontrar armadilhas. Além de encontrá-las ele é o mais apto a desarmar e danificar esse perigo mortal.

Apenas o pior se pensa quando os jogadores descobrem que outro jogador é um ladrão. A simples menção do nome pode causar desanimo nos jogadores que já pensam no perigo que seus itens estarão correndo. Mas não é apenas dentro da dungeon que ele se mostra eficiente. Na movimenta cidade o recém-chegado grupo de aventureiros necessita de informações sobre o lugar para saberem onde não devem pisar e onde encontrar o que estão à procura. A rede de informações é extensa e pode ser bem aproveitada. A formação de guildas é comum e ninguém melhor que o ladino para ter acesso e evitar encrencas desnecessárias.

Lábia, blefe ou a boa conversa fiada faz parte do repertório do gatuno e não é necessário ser mau para roubar. Alguns roubos são por uma boa causa e não “perturbar” seus companheiros pode ser uma grande qualidade. Apesar do valor, a Vingadora Sagrada do paladino não deve ser importunada.

“Procuro por ouro! Existe ouro em algum lugar?”

Não há fechaduras que não possa abrir e segredos que não possa libertar, a principal ferramenta do ladino está na cabeça, e não é um elmo, é o conhecimento. Ele sempre está um passo a frente e tentará tirar vantagem em tudo sempre que possa. O terror dos tesouros reais, a ganância do ladrão é uma das suas características. Geralmente ele vem de uma infância humilde e não desfrutou dela tentando sobreviver e não é difícil culpar os que têm mais pela desigualdade social.

Ter uma vida melhor pode ser uma das justificativas, mas a sede de poder e riqueza motiva qualquer um e principalmente o ladino. O ser que tem as ferramentas a mão para conseguir o que quer da maneira mais fácil. Ele não precisa subir na hierarquia de um exército ou bajular um nobre para possuir cargos de influência, ele simplesmente vai lá e pega! Na maioria das vezes a sua sede é tanta que ele perde a noção dos seus atos e não deixa nada passar, até de forma inconsciente ele rouba, por precisão ou para a simples satisfação.

O trabalho árduo não chama sua atenção, sempre procura algo menos cansativo e que exija menos, ou quase nada, dos seus músculos, quase nenhum. Até mesmo durante uma viagem criará meios para livra-se do peso das quinquilharias, porém ele faz questão de aliviar o peso das riquezas conquistadas.

“Ataco pelas costas”

Diz um velho ditado que “um ladrão só tem honra com outro ladrão”, mas não se iluda caso você tenha algum amigo de profissão. Entre os equipamentos utilizados pelo ladino, a sua arma preferida é a boa e velha adaga, se ela tiver um veneno oculto melhor ainda! Uma arma leve, fácil de esconder e nas mãos certas, mortal. Em uma batalha, sua posição é: levar vantagem. Dificilmente ele encara o inimigo de frente, esconder-se e atacar pelas costas é a sua especialidade. Usará tudo ao seu alcance para vencer, caso não possa com o oponente não ficará para ver o resultado final, a fuga é sempre uma saída. Não tem afeição por magia, a menos que essas possam ajudá-lo no seu objetivo.

“Ok mestre, o meu personagem é assim:”

Roupas leves para fácil locomoção, boas botas ou até mesmo descalço, uma capa com capuz para passar despercebido quando a guarda o procurar e por baixo de tudo isso um bom colete, só por prevenção. Enquanto uns se vestem de forma mais simples para se misturarem com a multidão, assumindo uma aparência humilde, outros são espalhafatosos e fazem questão, ou por necessidade, de serem vistos e identificados usando tecidos caros e coloridos de acordo com sua personalidade.

“Ladrão! Ladrão!”

Apesar de toda presteza que um ladino possa ter ele nunca será reconhecido, ou será que alguém já viu um ladrão sendo homenageado por roubar ou invadir algum palácio… As lendas são poucas, assim como o tempo de vida dos mais incautos. As cabeças daqueles mais atrevidos podem ser vistas penduradas nas paredes do quartel da milícia ou na sala de algum lorde cruel.

Seus atos heroicos para com seu grupo só serão reconhecidos pelos próprios companheiros e mais ninguém. A arte de fazer desaparecer é muito apreciada por alguns e até sussurrada em alguma cantiga de ninar, mas esse peso o ladino carregará sempre sozinho e talvez o seu maior desejo seja ser visto e reconhecido pelos seus feitos, motivando-o cada vez mais se arriscar até o fim da sua vida.

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