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Dentro da Dungeon #12 – Mulheres na mesa

“Salve Mestres! Hoje teremos mulheres na mesa, só…”

Já faz algum tempo que venho nessa estrada árdua de mestre, comprando livros, lendo e aprendendo. Porém em todos esses anos nunca havia jogado com uma mulher. Não foi por preconceito ou qualquer outro motivo fútil, mas sim por falta de oportunidade. Já havia tido uma breve experiência, mas nada que contasse muito, pois mal começamos a jogar e ela começou a sorrir, levantou e foi embora. Frustrante? Não! Ela não foi a primeira e nem será a última a fazer isso. Bom, deixemos essa passagem de lado e vamos manter o foco no que realmente interessa!

Pontualidade é tudo!

Quando começamos a jogar, logo de cara o que chamou minha atenção foi à pontualidade e a organização que foi trazida para a mesa. É notório e sabido por todos da falta de comprometimento de alguns jogadores, são incapazes de dar uma satisfação para ausência no dia do jogo. Porém com elas é diferente, sempre ligando marcando e remarcando, agindo como verdadeiras secretárias, no bom sentido, claro! Alguns jogadores passaram a se irritar com a insistência, chegando às vezes a serem apanhados em casa pela Sub-Mestre para não faltarem à sessão. Chega a ser engraçado, queixas e birras, mas no final fica tudo mais divertido.

Aprendizado relâmpago

As mulheres têm a mente sempre aberta para novos ensinamentos e com RPG não é diferente. No começou pensei que iriam tender para aquele tipo de jogador que devora o livro e se transforma no Advogado das Regras, levando em conta apenas o que lhe interessa e o que o livro diz. Mas não, a compreensão das regras faz parte do seu estilo de jogo, usá-las sim, mas sem querer extrapolar os limites. É até bom debater sobre regras e ter alguém com discernimento para discordar de forma positiva é ótimo. Entre outros aspectos elas até ajudam aos companheiros com determinadas dúvidas sem tirar o fluxo do jogo.

Tomando as rédeas

Quando novatas, elas sabem escutar e aguardam a hora certa para agirem, porém essa não é a sua especialidade, “falar é preciso” já ouvi uma delas dizer e é verdade. Em certa altura da vida de jogadora e com algumas sessões vividas elas literalmente põem as garras de fora! Mas como assim um grupo liderado por uma mulher? Algo contra? São nas situações mais complicadas que elas mostram seu brilho. Os durões das nossas mesas podem por tudo a perder interpretando seu bárbaro grotesco ou o seu bardo ofendido em uma simples negociata para que o pirata leve o grupo para o outro lado do oceano, e é nesse momento que com toda sua graça e interpretando a mais vil feiticeira que ela amolece o coração do pirata e por uma modica quantia de ouro o grupo chega são e salvo ao seu objetivo. As decisões tomadas dentro da dungeon podem parecer difíceis, mas elas sempre terão uma solução razoável para a resolução do problema, evitando maiores perigos.

#vidademestreedificil

Mestre: Plantado na porta da estalagem está um sujeito musculoso, sem camisa e não está com a cara muito boa, o que fazem?
Jogadora: Ainda afastada na estalagem tento chamar a atenção dele usando meu charme e subo a minha saia levemente…
Mestre: Ok, ele olha para o lado e para o outro e percebe que é com ele, o que você faz?
Jogadora: Sorriu para ele e o chamo usando o indicador.
Mestre: Ele também sorri e fica muito animado partindo em sua direção!
Jogadora: Caminho sempre olhando para trás até chegar a um beco e o espero.
Ladino: Chego por trás com meu golpe furtivo para apagá-lo!
(Mestre: Um teste de Diplomacia resolveria, não precisava matar o cara…)

E quem disse que essa vida é fácil, elas sempre usam dos artifícios mais inusitados para corajosos aventureiros e não se importam em dizer que foi para o bem do grupo. Sua capacidade de improvisação é impressionante, elas sempre buscarão uma maneira de se safar junto com o grupo, sempre espero por boas risadas tendo uma mulher no grupo e junto com um ladino ou bardo astuto então… Já tive sessões desmanteladas por essas perigosas duplas, não precisam nem de “off” para planejarem, agem de forma natural para superar os desafios. Não vão hesitar em executar suas ações, acabarão com seus queridos NPCs e caso você não tenha uma saída na manga vai acabar caindo em sua teia. Tome cuidado com as sessões que duram mais de um dia, pois esse meio tempo elas usarão para planejar saídas da sua elaborada aventura.

Fique atento: elas são tão espertas e cobram XP.

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Dentro da Dungeon #11 – Meu querido ladino

“Salve jogadores! O objetivo do Dentro da Dungeon dessa semana, e de outras que possam vir pela frente, é apresentar e dar mais um pouco de informações para as classes usadas na grande maioria dos cenários medievais aos novos jogadores. Notei a necessidade de uma apresentação devido à dificuldade de alguns novos jogadores em entender o papel de cada classe. Então peguem seus kits de ferramentas de ladrão e divirtam-se!”

O bom e velho ladrão batizado há décadas atrás é um dos personagens imprescindíveis em uma aventura cercada de perigos, suas habilidades vão muito além dos pequenos furtos. E como definir as habilidades do destemido gatuno? Qual é a hora certa de utiliza-las?

“Ok mestre, eu tomo a frente da fila e tento procurar algo perigo no corredor…”

É comum em um grupo de aventureiros explorando uma velha ruína que haja sempre um ladrão entre eles. Apesar da pouca resistência é ele que na maioria das vezes lidera o grupo diante do perigo eminente. Seria loucura pensar que logo ele, o mais “frágil” entre todos deveria tomar a frente, mas o que define sua posição é uma das suas habilidades mais afiadas, encontrar armadilhas. Além de encontrá-las ele é o mais apto a desarmar e danificar esse perigo mortal.

Apenas o pior se pensa quando os jogadores descobrem que outro jogador é um ladrão. A simples menção do nome pode causar desanimo nos jogadores que já pensam no perigo que seus itens estarão correndo. Mas não é apenas dentro da dungeon que ele se mostra eficiente. Na movimenta cidade o recém-chegado grupo de aventureiros necessita de informações sobre o lugar para saberem onde não devem pisar e onde encontrar o que estão à procura. A rede de informações é extensa e pode ser bem aproveitada. A formação de guildas é comum e ninguém melhor que o ladino para ter acesso e evitar encrencas desnecessárias.

Lábia, blefe ou a boa conversa fiada faz parte do repertório do gatuno e não é necessário ser mau para roubar. Alguns roubos são por uma boa causa e não “perturbar” seus companheiros pode ser uma grande qualidade. Apesar do valor, a Vingadora Sagrada do paladino não deve ser importunada.

“Procuro por ouro! Existe ouro em algum lugar?”

Não há fechaduras que não possa abrir e segredos que não possa libertar, a principal ferramenta do ladino está na cabeça, e não é um elmo, é o conhecimento. Ele sempre está um passo a frente e tentará tirar vantagem em tudo sempre que possa. O terror dos tesouros reais, a ganância do ladrão é uma das suas características. Geralmente ele vem de uma infância humilde e não desfrutou dela tentando sobreviver e não é difícil culpar os que têm mais pela desigualdade social.

Ter uma vida melhor pode ser uma das justificativas, mas a sede de poder e riqueza motiva qualquer um e principalmente o ladino. O ser que tem as ferramentas a mão para conseguir o que quer da maneira mais fácil. Ele não precisa subir na hierarquia de um exército ou bajular um nobre para possuir cargos de influência, ele simplesmente vai lá e pega! Na maioria das vezes a sua sede é tanta que ele perde a noção dos seus atos e não deixa nada passar, até de forma inconsciente ele rouba, por precisão ou para a simples satisfação.

O trabalho árduo não chama sua atenção, sempre procura algo menos cansativo e que exija menos, ou quase nada, dos seus músculos, quase nenhum. Até mesmo durante uma viagem criará meios para livra-se do peso das quinquilharias, porém ele faz questão de aliviar o peso das riquezas conquistadas.

“Ataco pelas costas”

Diz um velho ditado que “um ladrão só tem honra com outro ladrão”, mas não se iluda caso você tenha algum amigo de profissão. Entre os equipamentos utilizados pelo ladino, a sua arma preferida é a boa e velha adaga, se ela tiver um veneno oculto melhor ainda! Uma arma leve, fácil de esconder e nas mãos certas, mortal. Em uma batalha, sua posição é: levar vantagem. Dificilmente ele encara o inimigo de frente, esconder-se e atacar pelas costas é a sua especialidade. Usará tudo ao seu alcance para vencer, caso não possa com o oponente não ficará para ver o resultado final, a fuga é sempre uma saída. Não tem afeição por magia, a menos que essas possam ajudá-lo no seu objetivo.

“Ok mestre, o meu personagem é assim:”

Roupas leves para fácil locomoção, boas botas ou até mesmo descalço, uma capa com capuz para passar despercebido quando a guarda o procurar e por baixo de tudo isso um bom colete, só por prevenção. Enquanto uns se vestem de forma mais simples para se misturarem com a multidão, assumindo uma aparência humilde, outros são espalhafatosos e fazem questão, ou por necessidade, de serem vistos e identificados usando tecidos caros e coloridos de acordo com sua personalidade.

“Ladrão! Ladrão!”

Apesar de toda presteza que um ladino possa ter ele nunca será reconhecido, ou será que alguém já viu um ladrão sendo homenageado por roubar ou invadir algum palácio… As lendas são poucas, assim como o tempo de vida dos mais incautos. As cabeças daqueles mais atrevidos podem ser vistas penduradas nas paredes do quartel da milícia ou na sala de algum lorde cruel.

Seus atos heroicos para com seu grupo só serão reconhecidos pelos próprios companheiros e mais ninguém. A arte de fazer desaparecer é muito apreciada por alguns e até sussurrada em alguma cantiga de ninar, mas esse peso o ladino carregará sempre sozinho e talvez o seu maior desejo seja ser visto e reconhecido pelos seus feitos, motivando-o cada vez mais se arriscar até o fim da sua vida.

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Dentro da Dungeon #10 – O Super Jogador

“Salve mestres! Nesta semana falaremos de jogadores. Vocês conhecem aquele jogador que não perde uma sessão, vira uma espécie de Secretário do Mestre, organiza a mesa e liga para a rapaziada? Pronto, falaremos um pouco sobre ele…”

Jogador: Então, já que a maioria da galera não virá hoje, que tal fazermos uma coisa diferente?
Mestre: No que está pensando?
Jogador: Sei lá, estive pensando em umas coisas para o meu personagem e acho que você vai gostar…
Mestre: Fala aí.
Jogador: Acho que esse meu druida tá muito bom e também acho que posso encarar a aventura sozinho e além do mais pensei umas coisas já deveriam ter acontecido em relação ao meu background… (dez minutos falando sem parar)
Mestre: Relaxa, melhor deixarmos para outro dia.

Após muito tempo criando um personagem elaboradíssimo, rico em muitos aspectos, é normal que o jogador se apegue e queira explorar ao máximo suas possibilidades. O que não é normal é que ele queira sobrepor sua vontade ao restante da mesa, impondo a sua história e relembrando ao mestre “que ele está ali e não está acontecendo nada como ele gostaria que ocorresse…”

“Liderando” o grupo

Um dos principais sintomas ou características para identificar esse jogador é a liderança excessiva. Ele age de forma como se houvesse sido escolhido líder por unanimidade, sempre negociando as missões e o rumo que todos devem tomar. A primeira ação sempre é sua, por mais que ele não esteja presente na cena. “Indica” o que os outros devem fazer para que seu plano corra bem, inclusive quando estão combinando algo em off. O que fazer?

Você pode simplesmente ignorar esse jogador e dar a ação aos outros personagens, porém o confronto é eminente. Ele não irá se calar até ser ouvido e você pode perder o amigo e jogador. Outra saída é fazê-lo entender a importância de todos no grupo, ele deve compreender que todos precisam aparecer e não é porque ele é guardião da Floresta Escura que está sendo invadida por forças malignas que todos devem deixar de salvar o mundo e correr junto com ele em auxílio à floresta. Você deve fazer com que ele solte o dado para que os outros possam procurar e sentir o perigo que os ronda, já que existem outros personagens que fazem isso tão bem quanto ele, evitando a ruína do grupo. Explicar educadamente que todos tem vez, também é uma saída.

- Mas meu background é fantástico…

Mestre: Ok, vocês entram na floresta…
Jogador: Essa floresta pode ser a que sou guardião? Posso facilmente levar todos em segurança para onde estamos indo, pode ser?

Não importa o cenário que joguem, por mais que você indique o que não pode ser lido, ele com certeza vai ler. Rapidamente se tornará expert no cenário e fará com que os outros criem seus personagens em volta do seu. Caso não limite as raças e classes ele partirá para algo que dificulte o jogo e que leve todos para a parte do cenário que ele achou mais interessante. A sua história é o tema principal do jogo e deve ser sempre explorada antes que comece a discussão e se você adaptar algo então, aí é que o “bicho pega!” A origem da sua roupa tem história, assim como tudo que ele usa! Se ele tiver oportunidade lhe dará milhares de ideias de como explorar seu personagem, falará da sua família e dos elementos que o cercam. Não se admire se ele criar ou adaptar regras para seu benefício; é normal!

O Prejuízo

Agir rapidamente você deve. Ele pode por em risco toda a aventura e até mesmo a campanha, você deve tomar as devidas providências para salvar sua mesa. Os outros jogadores serão os maiores prejudicados, pois também querem viver seus personagens e darem boas machadadas. Toda preparação para a aventura também corre risco, ela pode tomar um rumo diferente, e não que isso seja ruim, mas além do rumo diferente ela ficará chata voltada apenas para um dos personagens.

Mas para quê tanta preocupação com apenas um jogador se você pode simplesmente tirá-lo da sua mesa? Não é assim tão fácil companheiros, além da escassez de jogadores devido a outros compromissos e a falta de tempo, esse jogador pode ser um grande amigo e não vale a pena perdê-lo assim. Uma boa conversa sempre vale a pena e talvez ele compreenda. Insista com ele e talvez você possa preparar algo especial para saciar seu desejo. Uma aventura envolvendo sua história ou a aparição das pessoas que ele cita pode lhe dar uma folga. Sempre tenha uma saída em mente e adaptar as informações que ele está ciente pode ser outra a saída.

Então é isso companheiros, enquanto você apresenta os desafios para um grupo de aventureiros, o seu desafio é fazer com que todos se divirtam.

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