Mago: O Despertar Arquivo

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“Conhece-te a ti mesmo” – Interprete!

Construir todo um cenário para que os jogadores possam interagir; criar, detalhar e interpretar diversos NPCs; utilizar o Tema e o Tom para dar o clima do jogo e ainda, invocar o Horror Pessoal de cada jogador, são tarefas designadas ao Narrador. Mas e o papel dos jogadores?

Pintar as bolinhas e entregar o background? Isto é apenas o começo. Na modalidade de RPG Storytelling, acima de tudo, o jogo é construído junto com todos. O Narrador é o árbitro final com relação às regras, do que pode e do que não pode. Mas cabe também aos jogadores colaborarem para que o jogo seja divertido e proveitoso.

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A grande questão dos pontos de experiência

Por regra, o livro do Novo Mundo das Trevas sugere ao Narrador a não parabenizar nenhum jogador com mais do que 5 pontos de experiência por sessão de jogo. Já tive jogos em que distribui mais do que 5 e é verdade, os jogadores acabam evoluindo rapido demais e o jogo perde um pouco a graça.

Pois então fixemos nos 5 pontos.

1. Sessão jogada: Ponto automático, todos que participarem da sessão recebem este ponto.

2. Descoberta: Curva de aprendizagem, o que o personagem descobriu. Aprendeu algo novo?

3. Perigo: Sejam combates ou perseguições implacáveis. O personagem sobrevivendo, é ponto para ele.

4. Interpretação: Interpretar os Vícios e Virtudes e o Conceito do personagem. (voltarei a falar disso a seguir)

5. Maneirice: Algo extremamente fantástico que o jogador tenha feito. Algo de WOOW! Merece um ponto extra.

 

Podemos perceber que, no geral, de 2 a 3 pontos são fáceis de todos receberem nas sessões. Ora, mas e em sessões puramente sociais, os jogadores nunca receberão o ponto por Perigo? Depende… Uma negociação de alto risco envolve perigo e sendo atuada de forma exemplar, por que não presentear os jogadores? Agora, os personagens tiveram tensões, até mesmo enfrentaram algum tipo de perigo, mas as chances de sucesso eram claramente superiores? Talvez não seja o momento de aplicar ponto de “Perigo” a este caso.

wodarknessInterpretação

Como falei anteriormente, voltaria a discursar um pouco mais sobre este quesito. Afinal é um RPG (Jogo de Interpretação com Papéis) nada é mais valioso do que a interpretação.

Não basta apenas saciar o Vício e agir, sempre que possível a favor da Virtude. O Conceito irá ditar muito da forma comportamental do personagem. Mas e quanto a interação social? “Que porcaria é esta de interação social? Estou jogando Lobisomem! Eu quero é rasgar os outros com minhas garras…” Ok, ok. Mas em algum momento este licantropo irá interagir com alguém? Seja com sua matilha, espíritos ou mesmo mortais. Como ele se comporta?

O personagem amedronta os outros? Tem algum tipo de dificuldade na fala? Ele é bem sociável, ri e diverte os demais? Não fique com esta informação apenas no background que o narrador recebe antes da Crônica, USE isso. Deixe que, os outros jogadores aos poucos perceba como é o personagem que você idealizou.

Há algo que eu sempre digo: fale com a voz do personagem. “Pow, mestre, sacanagem! Não vou ficar fazendo voz fininha só porque minha personagem é mulher.” Se preferir afinar/ engrossar a voz para dar um clima ao personagem, fique à vontade. Mas “falar com a voz do personagem” a que me refiro é simplesmente você SER o personagem. “Ah, então terei que me vestir?” Não, não… isto é um Live Action, fica para mais tarde.

Ser o personagem, no sentido de “vestir a camisa”. Ao invés de declarar a ação “Falei com o Bill que a Jéssica está nos traindo.” Na maneira que vejo, seria: o jogador virar para o jogador que interpreta o Bill e então falar: “Acho que a Jéssica está nos traindo”. E aí segue-se o diálogo da forma que melhor convir.

“Ah, mas aí o jogador que interpreta a Jéssica irá saber… bla bla b la”, galera isso é um jogo. Existem regras e acima de tudo, um acordo previamente acertado. Se o jogador fizer extra-jogo/ anti-jogo, é algo para o Narrador penalizar.

 

211939-darkness1Caçadores de experiência (XP)

Narradores. Muito cuidado com jogadores que entram em disputas à toa. Que envolvem-se em perigos apenas para ganhar pontos de experiência extra. Avise-os que isso não é sensato. Que os pontos são para melhorar a Crônica, não para bombá-los de XP. E sintam-se à vontades em reitirar pontos de experiência, ao invés de conceder.

No geral, é bom estar sempre atento as interações entre os jogadores. Às vezes vale muito à pena apenas observar o que eles estão fazendo. Observar e registrar para mais tarde presenteá-los com XP extra. E assim, a sessão de jogo será muito bem encaminhada (ao menos eu suponho), desde que todos se divirtam.

Ótimos jogos para todos!


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Cidade para crônica de Mundo das Trevas

Quando lemos o Novo Mundo das Trevas, ou algum material de Storytelling logo pensamos em qual cidade iremos narrar; quais motivações, intrigas, criaturas e demais elementos serão atribuídos àquela crônica. Foi pensando nisso que resolvi falar sobre este passo para quem joga-narra Storytelling, seja ele Vampiro, Lobisomem, Mago, Changelling ou algum outro. A cidade é o palco aonde os jogadores irão atuar com os seus personagens.

nyA Cidade

O primeiro passo é definir onde será esta cidade. Alguma grande metrópole ou uma cidade menor? Costeira ou interiorana? De seu próprio país ou alguma cidade estrangeira. Ou ainda, será uma cidade completamente nova, criada inteiramente por você para esta crônica. Quando joguei vampiro pelas primeiras vezes, o narrador utilizava uma cidade inspirada nas metrópoles norte americanas da costa leste. Mas era uma criação própria com todos os elementos criados por ele. É uma dificuldade a mais, porém vale a pena experimentar. Contudo, o post não tem o intuito de criação do zero, talvez fique para uma próxima vez.

Tendo definida a cidade, passa-se a levantar as informações pertinentes sobre ela. O que você já sabe sobre esta cidade? Será que os dados estão corretos? Em que época se passará? A internet é um ótimo recurso, Google e Wikipédia estão aí para uso público e, se bem utilizado, consegue-se escavar diamantes a partir deles.

A última caracterização de cidade que fiz foi para um jogo de Vampiro – O Réquiem que comecei a narrar este mês. Sei algumas coisas sobre Nova Iorque (a cidade escolhida) por ver filmes, literatura e séries sobre. Mas e o que eu não sei? Internet ajuda!

Dados Importantes

Escolhida a data que se passará o jogo, é bom saber o que aconteceu antes. O que levou àquela cidade a ser o que é no momento em que estão jogando. Tanto do mundo real, quanto do próprio sobrenatural, ou mesmo elementos ficcionais que você venha atribuir à ela.

Sugiro enumerar uma linha de tempo, por exemplo: 1789Nova Iorque se torna a primeira Capital Americana. Pequenas frases, a informação crucial para sua crônica. Ou ao menos para contextualizar o que você está programando para que os jogadores irão jogar. Conheça bem sua cidade, e a crônica fluirá muito bem.

Dados demográficos, socio-culturais e outros índices são úteis para que se tenha uma noção das pessoas que vivem e como vivem nesta cidade.

chicagoMapas

Todos RPGs usam mapas, não apenas aqueles com calabouços e dragões. Mas Storytelling também, ora, por que não? O mapa da cidade é importantíssimo para se localizar. Demarcar qual cabala está instalada em determinado bairro; clã que domina um museu ou ainda, que lobisomens e gangrels disputam o território oeste e o exército está investigando os embates. Tudo é motivo para idéias de crônicas e o mapa irá ajudá-lo a se localizar e a demonstrar aos jogadores coisas que, às vezes, fica difícil de visualizar sem o auxílio de um mapa. Afinal, o vampiro está há 40km de seu refúgio, sem transporte e o sol está para nascer… ele tem um problema!

 Quem manda e onde manda?

Novamente com auxílio do mapa, delimite onde cada um tem domínio sobre territórios, ou alguma influência. Área de caça, área proibida, onde o Mana flui com mais facilidade… Algumas coisas podem ser apenas anotações rápidas sobre quem ou o quê controla aquela região. Não é preciso esmiuçar cada bairro, quadra ou prédio. Se você quiser… Ok, vá fundo! Mas não se sobrecarregue. Foque no que for mais importante e apenas tenha algo à mão em caso algum jogador for àquele local e você não seja pego de calça arriada.

NPCs (Ninguém Pode Comigo)

O narrador controla todo o mundo. Desde os personagens que estão ligados diretamente à crônica, passando pelos personagens ligados ao background de cada jogador até os simples figurantes da cidade. Ele deve ter uma ideia geral para nomes, aparência e trejeitos simples para cada um. Para não usar simplesmente “o cara do ônibus/ a mulher do piano…” Ter alguns adjetivos e nomes pré-anotados ajudam muito!!!

Os mais importantes merecem fichas e backgrounds próprios. Quem são? O que fazem? O que influenciam? Quem tem amizade/ inimizade com quem? E por aí vai.

londonComplementando sua Cidade

Anote qualquer outra informação que achar relevante. Aeroportos, rodoviárias, estações de trens… isso eu digo como pontos de entrada e saída da cidade; e quanto à polícia e demais forças armadas? Quem controla? O que sabem (ou pensam achar) do mundo sobrenatural?

Após anotar os últimos detalhes, dê uma lida em tudo e veja o que ficou faltando. Pense nas atitudes de jogadores nos jogos anteriores. Pense onde eles costumam ir. A boate? Um teatro? Estes talvez sejam locais para esmiuçar na descrição e elaboração.

Fotos

Há quem ame e quem odeie. Eu gosto bastante. Utilize fotos para descrever os seus personagens e, caso os jogadores gostem, peça a eles que lhe enviem fotos do  que representa o seu personagem. Uma pessoa famosa (ou não) que ele ache parecido com quem ele idealize o seu personagem. Um cara durão, a foto do Stallone talvez resolva. Uma linda e sensual dama, Charlize Theron define bem. Atores, cantores, escritores, filósofos, governantes… o Google Imagens libera imagens em ótima resolução de todas essas pessoas. Aproveitem.

Sempre reveja sua cidade. Como ficou, o que faltou. E anote… anote tudo o que os jogadores fizerem que tenha reação para com a cidade. O que for feito que seja cabível apenas a um círculo menor, talvez não tenha importância. Mas uma magia vulgar com testemunhas, um lobisomens transformando-se em cadeia nacional ou uma quebra da Máscara escandalosa, atrairá a atenção de pessoas, ficará registrado no âmago da Cidade, portanto, é algo a ser registrado para uso futuro. Talvez um grupo de caçadores comece a perseguir as pistas dos jogadores…


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