Pessoal, essa semana a coluna do Homem Percevejo voltou ao normal, mas o texto do tema da semana ficou tão grande que se eu colocasse os outros tópicos, ficaria enorme de se ler, então, essa semana, falarei apenas sobre o tema da semana.
Tema em pauta: Minhas impressões sobre “Smallville”
Galera, acabei de assistir “Smallville” (só agora, mané? Todo mundo já viu!) e gostaria de escrever as minhas impressões sobre a série (é possível que tenha algum spoiler que eu acabe soltando, se não viu a série, na dúvida, pare agora). Não esperem uma crítica rebuscada igual a de um crítico de cinema, falando detalhes técnicos e tal, se vocês estão esperando isso, ficarão frustrados. Não tenho vocação nenhuma pra jornalista, e nem tenho pretensão de ser. Vou escrever sobre algo que gostei, talvez muito mais com emoção do que com a razão. Sabe quando você está batendo papo com seus amigos e você está defendendo algo que você gostou? Então, vai ser igualzinho, é como se eu tivesse batendo papo com vocês e vou falar sobre algo que eu gostei, e vocês têm o direito de concordar ou não com o que eu falo, é como se fosse um bate-papo informal com amigos, e essa sempre foi a minha ideia para essa coluna. Sem mais enrolação, vamos a “Smallville”:
Os super-heróis são assuntos fascinantes de acompanhar. Ali naquele mundo paralelo, eu posso tudo: ter super-força, voar e outras coisas. Quem não gosta, realmente não entende esse pensamento, deve achar que somos crianças grandes, que não somos adultos e por aí vai. Mas como eu não ligo a mínima para esse tipo de pensamento, eu continuo acompanhando tudo relacionado a eles. Para mim, eles são uma fuga do mundo real, como todas as pessoas têm a sua fuga: na música, no cinema ou em qualquer outro meio. Eu sempre achei o Superman um personagem fascinante de acompanhar. Sempre foi meu favorito. Desde sempre, acompanho tudo de Superman. Eis que surgiu “Smallville”. Comecei a assistir, mas tive que parar no meio por conta dos compromissos do cotidiano, cada vez maiores. Eis que em meados do ano passado, com o fim da faculdade, pude arranjar tempo para pôr em dia minhas séries, e “Smallville” foi a primeira da lista. Comprei todos os dvds e assisti, novamente desde o início, até o fim. Terminei essa semana.
“Smallville” foi uma série que nos trouxe a juventude de Clark Kent, desde a escola até seu emprego de repórter no Planeta Diário e defendendo as ruas de Metrópolis como um herói misterioso. Antes de ver a série, uma coisa eu tinha certeza: como toda adaptação pra TV, seria muito difícil a série mostrar fidelidade a trama geral do Superman. Mas, se eu assistisse a série com esse pensamento, eu já estaria assistindo pré-disposto a não gostar (e acreditem quando eu digo: nesse ponto é muito mais legal ser fanboy, porque o fanboy já chega pré-disposto a gostar, e certamente se diverte mais do que os outros ao assistir séries ou filmes de uma mitologia já existente). Então, abri minha mente e assisti “Smallville” como se não conhecesse a mitologia do Superman. E, realmente, é muito mais legal assistir algo assim. Os produtores, diretores e roteiristas da série pegaram os elementos existentes na mitologia do Superman e criaram uma mitologia própria, e o resultado foi uma série com muitos erros e acertos (a meu ver, mais acertos), mas os erros não foram suficientes para tirar o brilho dos acertos da série, e da grandiosidade do final da série.
Primeiro, a série se chama “Smallville”, mas em boa parte dela, já vemos Clark em Metrópolis. Eu ficava pensando “porque não colocaram o nome da série de ‘Clark’ ou algo assim”, mas hoje eu entendo, principalmente depois de ver o último episódio. Mesmo quando Clark estava atuando em outro lugar ou quando o episódio se passava longe de Smallville, ela nunca saiu de cena. Ela sempre está em cena quando Clark está na tela. A genética dele fez com que ele tivesse poderes, mas Smallville representa tudo aquilo que fez ele virar um herói. O amor de seus pais, seus amigos, sua vida na fazenda, seus valores, tudo isso fez dele um herói, e não seus poderes! Os poderes apenas fizeram com que ele tivesse em um outro nível de heroísmo, mas se ele não tivesse os poderes ele ainda estaria sendo um herói. Como? Sendo um bom filho, um bom pai, um bom marido, um bom amigo, um bom profissional, ajudando o próximo etc. Todos podemos ser heróis, essa é a principal lição que podemos tirar, não apenas de “Smallville”, mas das histórias de super-heróis em si, que eles são, acima de tudo, símbolos de um bem maior.
E foi isso que a série nos trouxe, todo o processo que Clark passou para virar esse símbolo de um bem maior. E mostra, acima de tudo, o lado humano do Superman, nós vimos o lado frágil do Superman a todo momento, o que é muito legal de ver, um cara com os poderes que ele tem, sofrendo por amor aos pais, aos amigos, a Lana, a Lois, sofrendo por, apesar de todos os poderes, não poder ajudar todos que precisam de ajuda, e esse processo de amadurecimento pessoal todo é mostrado na série. É legal dizer, que este processo de crescimento pessoal de Clark foi se dando paralelamente ao crescimento profissional de seu ator, Tom Welling, que durante a série, ele chegou a dirigir alguns episódios, foi co-produtor executivo na nona temporada e terminou a série como produtor executivo. Aliás, que ótima escolha foi o Tom Welling! Eu consigo enxergar nele o Superman, ele consegue passar aquele ar de, ao mesmo tempo, ter cara de bonzão e de Zé ruela, não à toa pediram por ele no filme do Bryan Singer e no próximo filme.
Michael Rosembaum foi, na minha humilde opinião, o melhor Lex Luthor já mostrado na TV ou no cinema (a série perdeu muito quando ele saiu, mas em compensação, a saída dele possibilitou a entrada de outros elementos do universo DC, mas ainda assim caiu bastante). Os outros atores também me pareceram bons e escolhas adequadas
Como falei antes, a série trouxe elementos da mitologia do Superman, mas todos incluídos em uma mitologia própria da série. E a inclusão de personagens não existentes nos quadrinhos, como Chloe Sullivan e Lionel Luthor, caiu como uma luva para a história. O Lionel, assim como o Lex, era sensacional, eu adorei todas as cenas da dupla pai e filho Luthor.
E assim, “Smallville” foi se desenvolvendo. Me fez rir, me emocionou, me empolgou, me deu raiva (em vários momentos, pensei “po, porque não fez de tal jeito nessa parte”), enfim, me provocou todo tipo de reação. Mas, no geral, adorei cada momento. Cada ensinamento de Martha e Jonathan para Clark, eu sentia que eram para mim também. Cada kriptonita que lhe causava dor, me causava também. Eu, mais do que assistir, respirei a série nos últimos meses, esqueci tudo o que eu sabia da mitologia Superman e abracei a série. Estava receoso se o final da série corresponderia minhas expectativas, mas eu digo com muita alegria que correspondeu. Um final grandioso, com direito a volta de grandes personagens, Lex e Lionel, citações maravilhosas aos filmes antigos, trilha sonora de John Williams, um final exatamente do jeito que eu queria que fosse. “Smallville” entra para o meu hall particular de grandes séries que assisti. As pessoas podem até não concordar com a minha opinião, mas podem, e devem, respeitá-la, pelo fato de que não é uma análise técnica (e nem tem a intenção de ser) e consciente de que a série está longe de ter sido perfeita, mas teve seus grandes momentos e seus méritos de desenvolver uma mitologia própria que, se tivesse vindo antes da mitologia existente nos quadrinhos, teria feito tanto sucesso quanto a mitologia original.
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