Como você escolhe/cria seus personagens?

Este post inteiro lança um olhar sobre esta pergunta, e todas as suas nuances.

Crtiatividade
s. f.
Faculdade ou atributo de quem ou do que é criativo; capacidade de criar coisas novas; espírito inventivo: criatividade artística.

Todos sabemos que um dos pilares desta atividade que amamos é a capacidade de interpretar outras pessoas, e vivenciar suas experiências, obtendo assim a possibilidade de nos aventurar pelo desconhecido mar da imaginação.

Mas eu sempre tive curiosidade sobre os processos de criação dos outros jogadores. Já vi jogadores que apenas decidem seus personagens após suas rolagens de dados. Jogadores que lêem extensivamente os livros até encontrarem as mais fortes opções. Outros que desenvolvem primeiro um extenso e vívido background onde está plenamente delineado quem aquele personagem é, e assim sendo, suas características sejam classe ou atributos são penas reflexos de algo que já existe (pelo menos na mente de seu jogador).

Esta capacidade de gerar um ser complexo, na qual eu possa me apoderar de sua personalidade como um “Avatar” sempre me maravilhou. Sei que existem casos e casos, e cada um é cada um, mas utilizo as experiências dos outros para aumentar a minha própria, e este aqui é algo senão um canal de comunicação muito poderoso.

No meu caso, confesso a vocês, não consigo criar um personagem se ele não existir na minha cabeça. Se eu não tenho uma profunda ligação com ele, se não consigo sentir o que ele “sentiria” e pensar como ele “pensaria” eu simplesmente não consigo jogar. Já houveram vezes em que alguém no grupo chegou pra mim e disse: “Precisamos de um Clérigo, faz um aí” e eu me neguei terminantemente, e outras onde chegaram e disseram: “Que tal se você fosse Druida, teria cura, e ajudaria também em algumas necessidades de combate do grupo…” e um personagem profundo e divertido imediatamente surgiu na minha mente!

Ontem conversava com meu tio, que já publicou um livro e tem mais alguns escritos aguardando atenção, e ele me disse algo no mínimo interessante: “Quando comecei a dedilhar o teclado do computador escrevendo este livro, a personagem se definiu, e simplesmente tomou conta de toda a história.” “Ela estava viva, esta sacana, e assumiu totalmente o controle da situação.

Achei isto incrível. É o que acontece comigo. Por isso gostaria de ler os comentários de vocês, e saber se com vocês acontecem casos de personagens tão marcantes quanto um Druida/Ranger que tive o prazer de interpretar, chamado Hashnar, o Caçador Esmeralda. O Background dele se tornou tão interessante para os outros jogadores e o mestre do jogo, que o mestre simplesmente reclamou comigo, pois não teria como não inserir em seu mundo próprio, o local de onde Hashnar viera, a floresta de Daltair, conhecida como “A Jóia Verde“.

Esse poder que meus personagens têm de tocar nos outros jogadores e no mestre, assim como o deles têm de cativar a mim, é algo incrível que dificilmente vejo pessoas discutindo em revistas ou blogs. Estar na memória de outrem, com uma criação minha, é com certeza motivo de satisfação incrível para mim. Afinal quem nunca se alegrou em encontrar um amigo depois de um tempo, ou ouvir numa roda de RPG tempos depois a seguinte frase: “Caramba, e aquele personagem, lembra dele!

A campanha mais longa e com certeza uma das mais divertidas que já joguei foi com um Feiticeiro de D&D 3.5, que após algumas aventuras descobriu que era filho de um dos personagens da aventura anterior. Tomou para si seu sobrenome, continuou seu legado e escreveu com runas mágicas seu nome no continente de Faerûn. O grupo de aventuras anterior já eram lendas vivas (muitos, lendas mortas), e continuar sob a sombra deles foi mais uma honra que um fardo. Todos se animaram em continuar as façanhas, não apenas dos personagens anteriores, mas também o bom trabalho dos jogadores que os interpretaram, sendo que muitos não estavam mais nesta nova geração. Até hoje se cantam em muitas tavernas e castelos de Faerûn sobre o auspicioso Bardo S’zouri, o poderoso Clérigo de Grumbar Esmond Krauser, a linhagem de magníficos Feiticeiros da família Bagnard e muitos outros que surgiram naquelas tardes de muito RPG e diversão…

Vamos lá pessoal! Vamos debater sobre como criamos nossos personagens, relatar nossas experiências com nossos personagens mais marcantes, e sobre o poder que eles possuem de nos fazer nos apaixonar por eles! (assim como alcançar aos nossos amigos!)

*OBS: Iniciarei uma aventura em D&D 4e para meus amigos iniciantes no RPG em Faerûn… Parece que os dias de aventura voltarão, e a chama heróica daqueles grandes aventureiros se derramará sobre os que são dignos nesta nova geração!

Créditos de Imagem:

01 *Não Encontrado
02  kerembeyit ( http://bit.ly/LKZxv )
03  aaronmiller ( http://bit.ly/bDwKDt )
04  michalivan ( http://bit.ly/MZ4fV1 )
05  Grafik ( http://bit.ly/L8DWdj )

 


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Comments

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23 Comments

on “Como você escolhe/cria seus personagens?
23 Comments on “Como você escolhe/cria seus personagens?
  1. Bom, sendo um dos "amigos iniciantes no RPG em Faerûn" em questão, acho que cabe aqui o meu relato. Por ser a primeira vez que eu estou criando totalmente o meu personagem, desde a raça até a classe, antecedentes, distribuição dos atributos, etc. o personagem em si já se transformou várias vezes na minha imaginação. Só a forma como os atributos foram distribuidos já me dizem muito sobre ele. Ele é forte, com bastante carisma e alguma sabedoria, constituição e inteligencia, embora a destreza dele não seja lá essas coisas. Esse tipo de informação já me ajuda a definir que tipo de coisas ele pode ter feito ao longo da vida que o tornaram dessa forma e como ele se comporta diante das situações, seja em batalha ou no convivio com o grupo… Definir os antecedentes dele também me ajudou a entender porque ele (sim, "ele" e não eu) escolheu aquela classe (no meu caso, um paladino), como ele chegou até lá e como isso influenciou a vida dele. Enfim, na minha perspectiva, tudo que se faz, cada detalhe que se acrescenta tem que ser coerente com o que se fez antes, caso o contrário o personagem acaba virando um Frankenstein incoerente, e não uma "pessoa real".

  2. Desse aí eu to até com medo, pois eu deixei os livros na casa dele!! hauhauhauhuah
    Boa Vitor excelente comentário. Sua visão da coisa toda, logo no início é bem interessante!

  3. Maneiro natan, boa.
    eu costumo fazer assim: penso num conceito, estilo do personagem… e aí vou vendo que raça será no caso e fantasia medieval.. ou criatura sobrenatural (no caso de crossover mundo das trevas) e daí vou escolhendo como montar o personagem. Geralmente tentando adaptar a ideia inicial às capacidades oferecidas pelo sistema.

  4. Eu crio meus personagens primeiro escrevendo a história dele. Com isso pronto, procuro nos livros as características que se encaixem no que escrevi e, conforme vou lendo, uma ou outra coisa eu altero na história. Felizmente, nunca tive problemas em ajeitar os resultados das rolagens de dados nos atributos dos personagens. Sempre deu certo de eu montar o que eu queria.

    Quanto ao Hashnar, desse aí eu lembro XD

      • Nossa! Para o Storyteller/telling nem se fala. Eu viajava bastante na história dos personagens, ainda mais que muita coisa deles vc mesmo ajeitava na hora de pintar as bolinhas na ficha e não dependia só das outras informações… Ai, ai… Deu até vontade de jogar algo da White Wolf agora XD

  5. Cara… Meus personagens são – normalmente – tão independentes de mim, que eu digo que eles nascem. Na verdade, eles nascem MESMO. De um estímulo qualquer, me vem uma semi-bios genérica capaz de encaixar em quase qualquer contexto – que eu deixo guardado em algum canto de minha mente, aquele que não é ocupado com cálculos de CA ou regras de Linguística. Então, quando me chamam pra jogar e me apresentam uma ideia da aventura, eu folheio alguns suplementos afim de encontrar as ferramentas para trazer um dos contextos "arquivados" à tona e utilizar ele. Normalmente, eu nem escolho qual é o contexto em si, apenas lendo, ele se manifesta, algo como "Po, aquele assassino que eu imaginei… Ficaria legal como um Cria de Fenris Ragabash", saca?

    Por isso me identifiquei com a frase do seu tio: O personagem toma conta. Sim, é assim mesmo.
    Pelo menos comigo.

  6. bom, eu nunca tive um padrão pra criar um personagem, olho a classe que combina mais com meu estilo de vida no momento, o S'zouri por exemplo eu estava numa farra danada, aprendendo a tocar violão e tal e acabei criando o S'zouri o bardo que foi uns dos mais bem sucedidos personagens criados por mim…eu acho que ter uma história pré-definida ajuda bastante(e claro bons dados)como por exemplo tira uma colinha da historia de algun personagem de Sda ou GoT…não acho vergonha nenhuma puxar uma estoria em cima dessas historia pra cima de um pj

  7. No meu caso primeiro penso em mecânicas gerais, não acredito na ideia de que para se criar um personagem bem feito é preciso se afastar das mecânicas, pelo contrário, acredito que deve haver um esforço para justificar cada característica.

    Voltando ao foco, primeiro rolo dados para atributos e a priori eu vou montando as mecânicas conforme o tipo de personagens que estou inspirado para jogar (até porque não é incomum já termos vários tipos em nossa mente que nos agradam e ainda não jogamos), depois começo a refletir sobre como tais características mecânicas podem ser explicadas de maneira caprichada de fato.

    Assim que já possuo um esqueleto com a mecânica e fundamentos básicos começo a trabalhar os vínculos sociais e hist´ricos que desejo incluir, bem como as relações interpessoais e peculiaridades. Posteriormente escrevo o prelúdio incluindo tais temáticas, ainda mais pessoais, para depois adicionar um interlúdio linkando o personagem (já bem maciço) com o cenário e a crônica onde o personagem será enquadrado, ou seja, adiciono o personagem no mundo de fato.

    Magnífico post Nathan! Mais uma vez agradeço por seu ótimo trabalho, este que nos proporciona sempre um ótimo palco para boas discussões.
    ;)

  8. Bom texto. No começo fiz personagens para o grupo,seguindo o padrão para ficar forte ou cumprir a função pré determinada da melhor forma. Foi ai que a coisa mudou, eu interpretei um bardo, Landal "o curioso" Milner, dai descobri o o que é rpg de verdade,por que fiz por estar muito afim de jogar com o tipo. Ele era fraco para combate, era um Gnomo, mas fiz coisas absurdas no jogo, pelo fato de ter prazer por jogar com ele, e como você disse no texto "Ele se definiu" tomou forma sozinho pela ligação que tive com ele. Parabéns pelo texto, me identifiquei muito!

    • Obrigado. E posso dizer que sempre quis jogar com um Bardo também pelas infinitas possibilidades. Só consegui uma vez, mas por pouco tempo. Espero conseguir me divertir como você conseguiu!

  9. por incrivel que parece o personagem que eu mais me envolvi com a história foi com um gnomo clerigo que eu criei, atoa depois de perder meu mago ocm história super complexa e etc, no 1 dia de jogo. Criei ele correndo pois boa parte do grupo (que na época era muito grande,uns 7 ou 8, hj somos de 3 a 4 mais mestre) morreu pois nosso genial druida resolvel usar constrição no meio de um estouro fazendo com que o mesmo virasse para cima de nos. O unico background que existia era o fato de que meu gnomo e o de um outro cara do grupo(só nos criamos novos, o restp chorou e os personagem foram reencarnados pelo "mestre do druida que estranhamente estava em uma vila nomade ali perto") foram encontrados quase morrendo no gelo pelos mesmos nomades que prestaram auxilio para os sobreviventes do grupo, pensei em um clerigo de matar anti morto vivo logo escolhi o domino do sol e como detesto não saber usar armas legais escolhi dominio da guerra e usei o clerigo sem deus mesmo, quando pensava em um nome o outro gnomo resolveu que seria um paladino do peculiar nome pinto, entaum virei ping'ulin. O grupo fazia parte de uma vila de barbaros que viva sobre o medo do machado do lider(mal), e qundo chegamos la o que o unico amigo do meu clerigo fez como todo bom LB(leal e burro) viu o mal do lider e o desafiou (no lv 1), e ja foi criar outra ficha. Porem a partir dai meu gnomo começou a ficara interessante pois o desejo de vingaça bateu nele (e um post que podia ser feito era o de como funciona o amuleto de qaal pq meu mestre me proibiu de usar depois q coloquei ele dentro da boca no lider da vila e ativei o carvalho ou dentro do slaad da morte, ambos caidos no riso de tasha kkkkkkkkkkkkkk) Mas meu clerigo que era muito burro (8 de int, adoro e nunca jogo sem um valor negativo), começou a crer que seus poderes vinham de sua virilidade e que ela devia ser utilizada para combater os mortos vivos, criando assim a fé na virilidade da luta contra os mortos-vivo, ate ai tudo bem o mestre e grupo riram e foda-se vc crê nisso, so que depois de alguns 20's meus e 1's do mestre e o talento que rendeo um belo pqp do grupo chamado liderança meu pequeno ping'ulin(foi paia) avia virado o jogo para a sua campanha de acabar com os vampiros e outros m-v da região e a de avangelizar os barbaros da região o que me rendeu paginas e paginas crinado as doutrinas na fé da virilidade da luta contra os mortos-vivos, alem da variante da fé criada pela maga elfa que foi a 1 convertida do grupo…

  10. Pingback: туроператор по израилю

  11. Meu relato é semelhante a alguns dos que já comentaram, isso porque não consigo me libertar para montar meu personagem se eu não souber antes quais atributos ele terá.

    Os atributos físicos geralmente com um ou alguns parágrafos você explica/descreve, o problema são os mentais. Os atributos mentais não entram só no BG do personagem, mas eles basicamente SÃO o personagem.

    Carisma ou Presença dizem muito de quem é aquele ser diante do mundo em que ele está. Inteligência, Raciocínio e Sabedoria te dizem como ele age nas diversas situações e como será a escala de evolução da maturidade dele… o jogador deve sim se ater nas regras quanto a isso pois do contrário ele estará interpretando nada mais nada menos do que a si mesmo com uma "roupagem" diferente.

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