Você pode espernear, falar mal, ignorar ou até mesmo estar cheio de esperanças, mas o fato é que se você é um RPGista de verdade, não está ignorante quanto ao fato de que uma nova versão do mais difundido sistema de RPG do mundo está para sair.
Atualmente conhecido como D&D Next, gera tantas controvérsias e opiniões quanto sempre gerou, pois assim como no futebol, cada um se acha no direito de ter sua absoluta verdade sobre os rumos da criação desta versão. Alguns nem esperam os resultados e já massacram os “playtests” enquanto outros só esperam sair à versão definitiva para massacrar ainda mais apontando diversas “falhas” de mecânicas e escolhas dos desenvolvedores.
Dentro de tudo isso, meu foco não serão os “Haters” em si, mas uma particularidade que observei nestes últimos dias. Os “Haters” de cenários.
Tanto no Twitter quanto em blogs, tenho visto há um tempo algumas críticas que são lançadas quanto às versões de cenários. Com o anúncio de um “reboot” do cenário “Forgotten Realms” na GenCon deste ano, muitos divulgaram suas opiniões depreciativas sobre as últimas modificações realizadas no mundo de Toril.
Isso me pôs a pensar, a olhar em volta e a me perguntar: porquê será que as pessoas são tão resistentes a mudanças?
Será que a zona de conforto é algo tão forte que nosso primeiro e natural instinto TEM DE SER repudiar?
Você pode estar pensando “ah Natan, mas cada um pode ter sua opinião…“, e eu sinceramente concordo plenamente com isso, mas pense comigo…
Se uma pessoa pode simplesmente ESCOLHER em qual época jogar, ou seja, pegar o livro mais antigo e situar suas aventuras ali, ou até mesmo como os próprios Game Designers dizem nos livros atuais, que ali contém material para esta escolha, pois adicionaram uma linha do tempo, porquê as pessoas fazem tanto estardalhaço?
Cheguei a uma conclusão de que as pessoas gostam de se sentir seguras, dominar as circunstâncias, por isso todas as mudanças são inicialmente combatidas.
Sou suspeito para falar de Forgotten Realms, pois sempre amei o cenário. Lembro da primeira vez que cheguei à Metrópolis dos Games no bairro Taquara/RJ, e dezenas de cadeiras estavam lotadas de RPGistas, e então um mais velho abriu o mapa de Toril…
Me apaixonei naquele momento. Dali em diante, aquele mapa colorido de forma a parecer um pouco antigo, com relevo, diversas regiões, legendas perfeitas e muito a explorar realmente mexeu com minha cabeça.
Forgotten Realms é meu cenário favorito, e não estou errado em dizer, um ícone do D&D.
Aqueles que quiserem, taquem as primeiras (e as últimas) pedras, mas eu gostei da evolução de Forgotten Realms (comprei os dois livros da 4e, li os dois inteiros e mestrarei no cenário) porque entendo que tudo tem de mudar. Evoluir. A vida é assim, o Chronos (Tempo) na qual estamos inseridos só corre para frente, então porque não nos nossos amados cenários de RPG?
Comprei recentemente o Tormenta RPG. Eu também amo Tormenta, e comento que em 1999 na minha primeira semana de aula (se não me engano) da sexta série, um amigo me mostrou aquele lendário manual que veio com a Dragão Brasil, aquele do Mestre Arsenal na capa… Preciso dizer? Não né rsrsrsrsrs
Com a edição do Tormenta RPG nas mãos, fiz uma viagem no tempo através do RPG, mas em minha própria história de vida, e quão feliz eu fiquei em saber que assim como muitas (muitas, muitas, muitas…) coisas mudaram para mim, muitas coisas (muitas, muitas, muitas…) mudaram também em Arton. Isso me deixa feliz, e trás aquela sensação de realidade que sinto com os dados nas mãos para além da realidade de jogo.
Em algum lugar, assim como na minha fantasia, Arton e Toril estão ali, se desenvolvendo, mudando e crescendo.
Aqui a minha volta, no “mundo real” heróis morrem e outros surgem, e lá tanto em Tormenta quanto em Forgotten Realms também.
Crescer faz parte da vida, e acredito que se você quer parar no tempo, pode fazer isso escolhendo em qual era destes cenários quer jogar, mas não acredito ser uma atitude coerente (nem natural) querer que as coisas continuem as mesmas para sempre. Nenhum de nós possui a verdade absoluta, e crescer é algo bom. Mudar é algo bom. Então peço aos “Haters” que deixem os cenários seguirem seus rumos…
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Concordo. Mais eles não te ouviram. Não peguei o antigo cenário de Forgotten Realms, a bem da verdade o mais próximo de joga-lo foi um jogo homônimo de PS2 em que eu optei pela drow(sempre fui apaixonado e ainda sou, por elfos).
E pelo que soube nas mudanças em Forgotten Realms, ou melhor, o cenário da 4E de FR ficou legal! Não posso falar como um player que o acompanha por anos, mas como um leigo que quer jogar um bom RPG, em um bom cenário pronto. Eu gostei da morte da deusa da magia, e suas consequencias. =]
Boa Natan! Eles nunca irão sossegar. Os mesmos que fazem isso com cenários fazem com sistemas e são tão "iluminados" que levam a vida em depreciar, acho que nem jogam, jogaram uma vez ou outra… Ao invés de ficarem "encontrando" erros deveriam criar alguma coisa, mas não são capazes!
Tenho FR da 4e e adorei! Essa questão cronológica vai ficar massa! Estou ansioso, vamos aguardar.
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