O artigo desta semana propõe proporcionar a grupos menores e/ ou de níveis inferiores a não se depararem apenas com o básico da peleja enfrentando orcs, bandidos ou goblins, mas sim conhecerem desde o inicio os verdadeiros perigos que infernizam os cenários.
Todo grupo de aventureiros, obrigatoriamente, deve conhecer as criaturas mais “frágeis” do universo de campanha, porém algumas mesas não chegam tão longe para poderem enfrentar algo realmente perigoso. Após várias sessões de RPG muitos mestres experientes, alguns entediados, preferem começar suas campanhas em um nível elevado com personagens poderosos pulando e deixando os níveis inferiores para trás. Mas o que, em minha opinião, é muito mais excitante são exatamente os níveis onde os personagens estão em formação e pouco se arriscando buscam um espaço entre as lendas locais. Adicionando mais um pouco de perigo a essa excitante experiência em busca de XP as primeiras aventuras podem torna-se inesquecíveis por mais que sejam apenas jogadas em eventos ou rapidamente em outras ocasiões.
O assustador Minotauro
Lembro-me bem da emoção que tivemos em uma das minhas aventuras de AD&D, ainda no tempo do colegial, mestrada pelo incrível mestre Eric, ao enfrentarmos um minotauro! O grupo era grande e bem mesclado entre as classes, nos dando assim disposição de encarar qualquer monstro que viesse pela frente até conhecermos o poder do infalível minotauro. Não foi uma tentativa de frear o ímpeto do nosso grupo, mas sim a coragem de sair da mesmice dos níveis iniciais e, apesar do triste fim dessa história, foi um dos melhores combates que participei.
Ultimamente estive tentando criar um desafio a altura da sede dos jogadores por algo realmente grande depois de exterminar uma tribo orc inteira. O primeiro passo foi colocar um único monstro de gigantescas proporções, uma espécie de verme gigante, e como fazer isso?
Em um grupo pequeno de nível baixo fiz com que os PJ´s o enfrentassem aos poucos. No inicio o seu tamanho foi um problema, mas logo solucionado com uma rede de túneis, então seu tamanho tornou-se um aliado, impedindo a criatura de entrar em locais onde não cabia. Enfrentando primeiramente os parasitas que viviam ao seu redor, os PJ´s chegaram à sua cabeça depois de praticamente escalá-lo com desafios de perícias. Exatamente! Na 4e temos claramente a chance de não usar apenas Defesas para derrubar um inimigo, pois tão importante quanto zerar seus pontos de vida os PJ´s tiveram que conhecer, aproximar, escalar, resistir e tudo que se pôde usar para chegar aos pontos vitais da criatura que foi vencida, não destruída, pois assim esses personagens estariam “aptos” a enfrentar qualquer desafio.
O desfecho na primeira vez aplicada foi bem interessante, fazendo sentir saudades daquele encontro do minotauro. Em outra oportunidade e em um grupo diferente não foi bem assim, pois todos se deram muito mal. A partir dai entra a habilidade do mestre em guiar estas situações.
Bons dados!