Dica de Mestre Arquivo

10

Dentro da Dungeon #2 – Desafios nos primeiros níveis

Adaptando encontros.

O artigo desta semana propõe proporcionar a grupos menores e/ ou de níveis inferiores a não se depararem apenas com o básico da peleja enfrentando orcs, bandidos ou goblins, mas sim conhecerem desde o inicio os verdadeiros perigos que infernizam os cenários.

Todo grupo de aventureiros, obrigatoriamente, deve conhecer as criaturas mais “frágeis” do universo de campanha, porém algumas mesas não chegam tão longe para poderem enfrentar algo realmente perigoso. Após várias sessões de RPG muitos mestres experientes, alguns entediados, preferem começar suas campanhas em um nível elevado com personagens poderosos pulando e deixando os níveis inferiores para trás. Mas o que, em minha opinião, é muito mais excitante são exatamente os níveis onde os personagens estão em formação e pouco se arriscando buscam um espaço entre as lendas locais. Adicionando mais um pouco de perigo a essa excitante experiência em busca de XP as primeiras aventuras podem torna-se inesquecíveis por mais que sejam apenas jogadas em eventos ou rapidamente em outras ocasiões.

O assustador Minotauro

Lembro-me bem da emoção que tivemos em uma das minhas aventuras de AD&D, ainda no tempo do colegial, mestrada pelo incrível mestre Eric, ao enfrentarmos um minotauro! O grupo era grande e bem mesclado entre as classes, nos dando assim disposição de encarar qualquer monstro que viesse pela frente até conhecermos o poder do infalível minotauro. Não foi uma tentativa de frear o ímpeto do nosso grupo, mas sim a coragem de sair da mesmice dos níveis iniciais e, apesar do triste fim dessa história, foi um dos melhores combates que participei.

Ultimamente estive tentando criar um desafio a altura da sede dos jogadores por algo realmente grande depois de exterminar uma tribo orc inteira. O primeiro passo foi colocar um único monstro de gigantescas proporções, uma espécie de verme gigante, e como fazer isso?

Em um grupo pequeno de nível baixo fiz com que os PJ´s o enfrentassem aos poucos. No inicio o seu tamanho foi um problema, mas logo solucionado com uma rede de túneis, então seu tamanho tornou-se um aliado, impedindo a criatura de entrar em locais onde não cabia. Enfrentando primeiramente os parasitas que viviam ao seu redor, os PJ´s chegaram à sua cabeça depois de praticamente escalá-lo com desafios de perícias. Exatamente! Na 4e temos claramente a chance de não usar apenas Defesas para derrubar um inimigo, pois tão importante quanto zerar seus pontos de vida os PJ´s tiveram que conhecer, aproximar, escalar, resistir e tudo que se pôde usar para chegar aos pontos vitais da criatura que foi vencida, não destruída, pois assim esses personagens estariam “aptos” a enfrentar qualquer desafio.

O desfecho na primeira vez aplicada foi bem interessante, fazendo sentir saudades daquele encontro do minotauro. Em outra oportunidade e em um grupo diferente não foi bem assim, pois todos se deram muito mal. A partir dai entra a habilidade do mestre em guiar estas situações.

Bons dados!

23

Dentro da Dungeon #1 – Quando a graça perde a graça

Mestre: Vocês veem um humanoide encapuzado e misterioso. Depois de alguns degraus a sua frente ele deixa cair uma pena grande e ne…
Jogador 1: Uma pena grande e preta?!
Jogador 2: Hm… Um homem-galinha!
Todos os jogadores: Kkkkkk!!!
Jogador 1: Muito boa, muito boa…

Olá mestres! Abordaremos, neste primeiro de muitos artigos, um assunto que já deve ter fritado sua paciência e aumentado a sua vontade de dar um fim em todos seus jogadores de uma vez só. Caso você não seja mestre, saberá aqui o que você NÃO deve fazer depois de uma descrição de cena na mesa de jogo. Pois bem, compartilharemos aqui a experiência do humor exagerado na sua mesa.

Você já deve ter imaginado ou lido algo sobre divertir e se divertir durante as sessões de RPG certo?! Sim, mas vamos deixar bem claro que qualquer coisa em demasia atrapalha! Talvez você, ainda quando no inicio da árdua caminhada da vida de mestre, possa ter caído em algumas situações embaraçosas que só o tempo pôde deixa-lo pronto, mas quem disse que a vida de mestre seria fácil?! Imagine então a vida de mestre no seu princípio. No meu caso acho que foi do melhor jeito que poderia acontecer, pois éramos todos iniciantes e pouco sabíamos sobre tudo, a improvisação tomava conta da mesa e nos levava, às vezes, para situações inexplicáveis.

Até certo ponto tudo é compreensível, mas com o passar do tempo a ingenuidade da parte de alguns jogadores vira abuso, e aquele jogador em especial que sempre tem a atenção de metade da mesa se torna um fardo na sua “séria” campanha criada com tanto amor e carinho.

No começo foi difícil lidar com esse tipo de situação, pois nessa ocasião um dos meus jogadores tinha total desprendimento de seus personagens e preferia morrer para não perder a piada. Primeiro tentei convencê-lo com uma boa e velha conversa, mas vendo que não estava dando certo comecei a impor a lei da regra para ele, e ele aprendeu da pior maneira possível. À medida em que a campanha, “baleada” (por ele), avançava o grupo ficava desequilibrado, pois ele sempre estava um passo atrás dos demais. Na sequência percebeu que as divertidas gargalhadas não tinham futuro nenhum e os outros iam evoluindo, chegando ao ponto de torná-lo inútil para o grupo. Minha obrigação como condutor da historia era equilibrar as coisas, porem deixei tudo correr solto e em certa sessão ele percebeu a verdade, quando todos avançaram mais uma vez e ele, novamente, ficou para trás.

Outro caso interessante que também ocorreu comigo, foi que ao longo de algumas descrições de cena era que um jogador sempre fazia piada de tudo, tipo: “Eu não sei pra quê tanta caixa aqui!” e “mas e este entulho? Ninguém limpa isso?”. Neste tipo de situação deixei a história correr, dei chances para ele, que cismava de opinar em tudo ou tentava adivinhar o que vinha pela frente. Fora isso ainda alertava a todos sobre possíveis poderes e manobras executadas por monstros e PDM´s, por mais que o seu personagem não tivesse esse tipo de informação. Uma boa saída é que no final da aventura a distribuição do XP pelo roleplay foi bem diferente entre eles, e dessa forma até os mais engraçadinhos aprendem a lição.

Não estou dizendo aqui para que você se torne um chato e faça da sua mesa o terror dos jogadores, mas repito: tudo demais atrapalha!
Piadas são sempre boas e melhoram o ambiente, mas como tudo na vida tem sua hora, é bom esperar que ela chegue. Não deixe que o Lorde das Trevas vire motivo de piada, mas se virar crie outro!

Bons dados!

Fiquem ligados no @sonapodetirar1 e na nossa fanpage do Facebook.

Page 13 of 13«Primeira...5...910111213